Após um ano da maior enchente de sua história, que alagou cerca de dois terços do território do município, Canoas segue sem garantias dos governos estadual e federal para viabilizar as obras necessárias à elevação dos diques de proteção contra as cheias.
Embora os projetos estejam prontos e, em alguns casos, já com obras em andamento, a cidade de Canoas ainda não recebeu qualquer sinalização concreta do Estado ou da União de que os recursos serão liberados em breve.
No caso do dique do Bairro Mathias Velho, uma das áreas mais devastadas pela água em 2024, a Prefeitura de Canoas já concluiu o fechamento definitivo da ruptura causada pela enchente. O projeto de recomposição da altura do dique está em andamento, mas a obra depende do repasse de R$ 477 milhões.
“Canoas está fazendo a sua parte. A cidade desenvolveu os projetos técnicos, iniciou as obras emergenciais com recursos que dispunha em caixa e mantém as equipes mobilizadas para proteger a cidade. Mas diante da magnitude das intervenções necessárias, a cidade não tem condições de arcar sozinha com os custos. A reconstrução de Canoas depende diretamente da liberação de recursos federais”, explica o prefeito Airton Souza.
Pela divisão de atribuições prevista na Constituição Federal, a responsabilidade pela reconstrução de municípios atingidos por desastres naturais é também do governo federal. Neste caso, além de dever moral, trata-se de uma obrigação legal.
Dona da maior fatia dos recursos públicos disponíveis, a União precisa garantir o custeio das obras que trarão mais segurança à população e ajudarão a evitar novas tragédias.
“Nós reforçamos o apelo ao governo federal, porque a população de Canoas precisa de ajuda. O tempo está passando e ainda estamos numa situação desconfortável e de insegurança. A elevação dos diques é indispensável para que as pessoas possam retomar as suas vidas e os seus negócios com a confiança de que as casas estão protegidas”, complementa o prefeito.
Obras planejadas e em andamento
Dique Mathias Velho: Já foi concluído o fechamento definitivo da ruptura causada pela enchente de maio de 2024. Atualmente, está em andamento o projeto de recomposição da altura de todo o dique, que é essencial para a proteção dos bairros Mathias Velho, Harmonia e Centro.
Dique Rio Branco: Também teve sua ruptura fechada. Agora, a prefeitura trabalha na elevação do dique, que protege os bairros Rio Branco, Fátima e Mato Grande.
Dique Niterói: Está em fase de construção do aterro que servirá como base para a pavimentação da rua sobre o dique. A elevação da estrutura é necessária para garantir a contenção de cheias no futuro.
Muro da Cassol: Obra iniciada em 17 de março. A estrutura antiga não era eficaz para a contenção das águas. Está sendo substituída por um novo sistema completo de proteção contra enchentes.
Dique Mato Grande: Seguem os serviços de escavação, aplicação de manta geotêxtil e aterro com argila. A próxima etapa é o reassentamento das famílias que vivem sobre o trecho da obra no lado leste das pontes.





