Onze trabalhadores foram resgatados de situação análoga à escravidão, em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Eles foram acolhidos, nesta terça-feira (24), por uma força-tarefa formada por servidores da Polícia Federal, MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) e MPT-RS (Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Sul). O caso teve origem em denúncia apresentada por uma força-tarefa de fiscalização dos órgãos municipais ao Ministério Público do Rio Grande do Sul.
Segundo o MPT-RS, os trabalhadores, incluindo um idoso, realizavam a triagem de lixo para uma empresa localizada no Bairro Sete. “E foram encontrados em condições de trabalho consideradas degradantes devido ao estado precário e inabitável de seus alojamentos”, ressaltou.
De acordo o MPT-RS, o trabalhadores estavam alojados em um galpão com piso de terra, sem janelas, feito com madeira reaproveitada e material de contêineres.
“Não havia instalações sanitárias e o telhado tinha vários espaços abertos. A água da chuva se infiltrava no local e havia empoçamento de esgoto no interior do alojamento”, ressaltou o MPT-RS.
Os trabalhadores também compartilhavam o mesmo espaço com animais. “As péssimas condições do ambiente de trabalho e o estado precário do alojamento levaram à autuação do caso como situação análoga à escravidão e ao resgate dos trabalhadores do local”, disse o MPT-RS.
O proprietário da empresa, preso em flagrante pela Polícia Federal, admitiu que a situação dos trabalhadores no local já durava cerca de uma década.
“O proprietário foi notificado a pagar as verbas rescisórias dos trabalhadores, que serão encaminhados para recebimento de três parcelas do benefício do seguro-desemprego. Os resgatados foram encaminhados à rede de assistência social do município”, finalizou o MPT-RS.