Redação nota 1000: o guia essencial para brilhar no Enem e vestibulares

Professora destaca a diferença da redação entre Enem e vestibulares.

Avatar de Redação RS

|

08/07/25

às

14:23

redacao enem

Foto: Alexandre Campbell/IMPA

A redação costuma ser uma das partes mais temidas e decisivas em provas como o Enem e nos vestibulares em geral.

Isso porque ela exige mais do que domínio da norma culta: para conquistar a nota máxima, o famoso “1.000”, o candidato deve demonstrar repertório sociocultural, senso crítico e capacidade de estruturar um texto coeso e articulado.

Segundo a professora de Português do Ensino Médio do Senac Distrito Criativo, Letícia Presotto, o candidato precisa demonstrar domínio em diferentes níveis linguísticos. O texto deve seguir a norma-padrão da língua portuguesa, ter ortografia, pontuação e estrutura gramatical adequadas, além de coesão e coerência, com ideias bem conectadas e progressão argumentativa clara.

Outro aspecto essencial do texto é a defesa do ponto de vista, que deve ser bem fundamentada, a partir de repertório sociocultural relevante. Aqui vale a inclusão de referências históricas, literárias, filosóficas, científicas ou fatos da atualidade.

As diferenças entre Enem e vestibulares

Letícia destaca que, embora os critérios básicos de clareza, argumentação e domínio da linguagem sejam comuns tanto no Enem quanto nos vestibulares em geral, é importante conhecer as exigências específicas de cada prova.

“O Enem pede um texto dissertativo-argumentativo sobre um problema social contemporâneo brasileiro e exige proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Já os vestibulares podem variar: alguns mantêm a dissertação como padrão, como a PUCRS, enquanto outros exigem gêneros diversos, como carta argumentativa ou artigo de opinião, caso da UFRGS. Além disso, os temas nos vestibulares costumam ser mais amplos, filosóficos ou literários, e nem sempre exigem solução prática para o problema discutido”, afirma.

Erros comuns na hora de escrever a redação

Entre os erros mais recorrentes nas redações, Letícia cita problemas linguísticos, como ortografia, regência, falta de concordância e coesão textual. Na argumentação, ideias superficiais e repetitivas são um problema, assim como propostas de intervenção incompletas ou inexistentes.

Outro erro grave é o desvio do tema, que pode levar à nota zero. Também é comum a inadequação da estrutura solicitada, o que acarreta desconto na nota ou até mesmo um zero. Por isso, prestar atenção na proposta e nos textos motivadores é fundamental.

Como organizar o texto

Na introdução, é essencial contextualizar o tema de maneira explícita e indicar a tese (ideia/ponto de vista) que será defendida no decorrer do texto. No desenvolvimento, deve-se apresentar argumentos bem fundamentados que defendam essa tese.

Já na conclusão, a docente salienta que é preciso retomar a tese e apresentar um fechamento para argumentação realizada no decorrer do texto. No caso do Enem, é obrigatório indicar uma proposta de intervenção que contemple cinco elementos: agente (quem vai agir), ação (o que será feito), modo ou meio (como será feito), finalidade (para quê) e detalhamento.

Letícia finaliza apontando a importância do planejamento textual na hora de escrever. “Uma dica é fazer um projeto de texto antes de iniciar a escrita do rascunho, ou seja, construir um esquema em que se coloque os principais pontos que serão abordados em cada um dos parágrafos – pode ser por meio de palavras-chave”, conclui.

Tópicos