A SES (Secretaria Estadual da Saúde) informou que, entre 2019 e 2024, houve uma queda de 51,8% no número de óbitos por Hepatite C no Rio Grande do Sul.
Outro dado a ser comemorado é a redução de 30% nos casos da doença. O cenário é apresentado no Boletim Epidemiológico das Hepatites Virais 2025, publicado pelo Ministério da Saúde e divulgado pela SES.
O material consolida os dados até o ano passado e contempla também os números das hepatites A, B, D e E. O documento apresenta informações sobre os casos detectados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação e os óbitos do Sistema de Informações sobre Mortalidade.
As hepatites virais são infecções no fígado causadas por vírus dos tipos A, B, C, D ou E. São transmissíveis e de notificação compulsória, variando entre fases assintomáticas até sintomas leves – como náuseas, dor abdominal, fadiga, febre, pele e olhos amarelados.
Formas de transmissão
- Hepatite A: por via fecal-oral e está relacionada a baixos níveis de saneamento básico e água contaminada, tendo causado preocupação no Estado em decorrência das enchentes.
- Hepatite B: pelo sangue e por fluidos corporais contaminados e está associada a infecções sexualmente transmissíveis.
- Hepatite C: pelo sangue e por fluidos corporais contaminados. A unidades de saúde disponibilizam teste rápido.
- Hepatite D: só ocorre em indivíduos que já têm a hepatite B, por isso a vacina contra essa última é a melhor forma de proteção.
- Hepatite E: principalmente pela água e por alimentos contaminados, exigindo cuidados simples, como consumir água tratada e alimentos bem cozidos.
Vacinação
O SUS disponibiliza vacinas para as hepatites A e B nas unidades da APS nos municípios. No caso da hepatite C, apesar de não haver vacina, existem testes rápidos disponíveis na rede pública, e o tratamento aponta chances de cura em mais de 95% dos casos.
Hepatite A
A vacina contra hepatite A é indicada, no calendário de rotina, para crianças de 15 meses de idade até 4 anos, 11 meses e 29 dias, com esquema de uma dose.
A imunização com duas doses é indicada para indivíduos com condições clínicas especiais (hepatopatias crônicas, HIV/Aids, fibrose cística e trissomias, entre outras).
A novidade é que agora a vacina também está disponível para o público que faz uso da profilaxia pré-exposição de infecção pelo HIV (PrEP). O esquema também é de duas doses, e o pedido da vacina deve ser feito via sistema de informação do Centro de Referência de Imunobiológicos Especial.
O documento que comprova a utilização da PrEP deve ser anexado ao formulário de solicitação.
Hepatite B
A principal forma de prevenção da infecção pelo vírus da hepatite B é a vacina, que está disponível no SUS para todas as pessoas não vacinadas, independentemente da idade.
Para crianças, a recomendação é que sejam feitas quatro doses da vacina (ao nascer, com 2 meses, 4 meses e 6 meses de idade).
Para a população adulta, o esquema completo é de três doses. No caso de indivíduos com condições clínicas específicas – como transplantados, doentes renais crônicos e pessoas vivendo com HIV/Aids – são indicadas quatro doses.