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Equipe Força SK vence o Festival de Artes Cênicas de São Jerônimo 2025

O festival é considerado o maior evento cultural da região carbonífera.

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15/09/25

às

12:57

Atualizado em: 15/09/2025 às 13:06

sao jeronimo

a Força SK levou ao palco uma proposta que encantou público e jurados. Foto: Everton Bento/Divulgação

A noite de sábado (13) foi marcada pelos espetáculos do Festival de Artes Cênicas de São Jerônimo, considerado o maior evento cultural da Região Carbonífera, reunindo arte, engajamento social e forte senso comunitário, totalmente produzido pelos moradores e encenado por artistas amadores, cidadãos da cidade.

As quatro equipes que integram a Liga Independente das Equipes da Gincana da cidade proporcionaram ao público belas apresentações artísticas envolvendo interpretação, música, dança e figurinos muito bem elaborados.

Foram mais de 200 artistas amadores, moradores da cidade, que fizeram e fazem o espetáculo acontecer, que utilizaram 300 figurinos e duas toneladas de materiais na construção de cenários, com destaque para o uso de materiais reciclados. Cada grupo teve 75 minutos no palco para as etapas de montagem, apresentação e desmontagem, dando lugar à equipe seguinte.

O palco de 12×10 metros, o telão de LED, que trouxe imagens produzidas pelas equipes e deu ainda mais vida às apresentações, e a sonorização especial contribuíram para compor os espetáculos.

Em uma disputa acirradíssima, a grande campeã de 2025 foi a Força SK, que conquistou seu segundo título consecutivo. A equipe teve os mesmos pontos da Águia de Fogo, ambas alcançaram 159,5, mas garantiu a vitória pelo Desempenho do Elenco, já que o empate também se manteve no primeiro critério de desempate, o Desempenho das Rainhas.

Neste ano, a Força SK levou ao palco uma proposta que encantou público e jurados: “Entre cabos e pulsares… o que ainda nos faz humanos?”. O espetáculo mergulhou em um debate bem atual, as tensões entre tecnologia e humanidade, explorando a fronteira frágil entre o cálculo e o caos, a inteligência artificial e a sensibilidade humana.

A narrativa acompanhou uma IA que ganha forma humana e atravessa a virtualidade para investigar aquilo que não pode ser programado: o sentir. Ao se deparar com uma realidade marcada por afetos anestesiados e conexões mediadas por telas, a máquina começou a ser atravessada por experiências humanas, questionando os códigos que a criaram e se rebelando contra um projeto de desumanização.

Mais do que crítica, a proposta vencedora foi um convite à reconexão, um chamado para que corpos e olhares se encontrem novamente, para que a vulnerabilidade e a escuta sejam resgatadas, para que seja possível recomeçar.

A Águia de Fogo, que encerrou as apresentações de sábado, garantiu o segundo lugar com o espetáculo “Eva Perigosa”, uma criação ficcional, irreverente e poética que nasce no mesmo dia em que Rita Lee se despede do plano terreno.

A trama acompanha Eva, uma golpista ousada e carismática, que ao chegar ao limbo vê a chance de tomar o lugar da Rainha do Rock para garantir sua entrada no Céu, afinal, quem ousaria barrá-la? Entre humor e crítica social, a peça provocou reflexões sobre identidade, autenticidade e liberdade, convidando o público a rir, pensar e celebrar a potência de simplesmente ser. Todo esse cenário e contexto foram embalados por sucessos da carreira de Rita.

Já a Equi Medonhos escolheu como tema “Anita Garibaldi: como nasce o coração de uma revolucionária?”. Para o grupo, a história de Anita precisa ser contada repetidas vezes, não apenas pelos feitos marcantes na Revolução Farroupilha e na Unificação Italiana, mas também por sua inteligência, coragem, sensibilidade e múltiplas facetas: a criança, a jovem, a mãe, a dançarina, a guerreira.

A equipe buscou relembrar Anita para resgatar a força transformadora de seus sonhos, que seguem atuais e inspiradores, encorajando meninas e mulheres a reconhecerem seu poder de escolha em qualquer cenário. Mais do que uma personagem histórica,

Anita foi apresentada como símbolo de coragem e superação, qualidades que também marcaram a retomada da vida após as enchentes de 2024.

A Equi Poupança levou ao palco uma encenação que revisitou criticamente a história do Brasil a partir da perspectiva dos povos originários. O espetáculo “Pindorama: Chão de Povo Guerreiro” foi conduzido pela personagem Tupiara, mulher indígena que simboliza a força ancestral feminina e dá corpo à trajetória de resistência, violência, apagamento e ressignificação cultural desde o período pré-colonial até a atualidade.

Em dez atos, a narrativa percorreu temas como espiritualidade, colonização, miscigenação, perda de identidade, silenciamento cultural, massacres, religiosidade imposta, luta política e a permanência da ancestralidade.

A proposta foi provocar um despertar coletivo para a valorização das raízes ancestrais, denunciando violências ainda atuais e, ao mesmo tempo, apontando caminhos na construção de um Brasil mais justo e conectado à sua verdadeira identidade.

Programação segue após o festival

Depois dos espetáculos grandiosos de sábado, a Gincana Cultural de São Jerônimo segue movimentando a região. No dia 20 de setembro, ocorre o desfile nas ruas da cidade, e no fim de semana seguinte chega um dos momentos mais divertidos: as tarefas inusitadas.

Nos dias 27 e 28 de setembro, as equipes terão que correr atrás para cumprir os desafios propostos pelos organizadores, que incluem buscas de itens, provas surpresas e artísticas. É a hora de acionar família, amigos e conhecidos de todos os cantos. No dia 28 de setembro, será revelado o resultado final: qual das quatro equipes conquistará o título da edição 2025.

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