A Corsan está investindo mais de R$ 44 milhões em obras de ampliação e modernização do sistema de esgotamento sanitário de Torres, que vai ser a primeira cidade do Litoral Norte a alcançar a meta de universalização deste serviço nas zonas urbanas.
“O atendimento universalizado do saneamento básico está previsto pelo Marco Legal do Saneamento, que estabelece que, até 2033 90% da população deverá ter acesso ao tratamento de esgoto e 99, à água potável”, disse a assessoria de imprensa da Corsan.
Segundo a assessoria de imprensa, em Torres, mais de 23 mil residências já contam com a coleta e destinação de resíduos à estação de tratamento da Corsan. “Até o final deste ano, o índice de cobertura chegará a 78%. O município desponta na região, também por ter recebido os primeiros investimentos em saneamento básico já na década de 60, abrindo caminhos para o desenvolvimento urbano”, ressaltou.
“O conjunto de obras em andamento contempla a implementação de redes coletoras, ramais para ligações domiciliares, construção de elevatórias e a reestruturação da Estação de Tratamento de Esgoto Mampituba, essenciais para melhorar a qualidade de vida das pessoas e a sustentabilidade ambiental na região”, informou a coordenadora de engenharia da Corsan no Litoral Norte, Luísa Stürmer.
Procedimentos
Entre os principais projetos do plano de expansão do esgotamento sanitário em Torres, estão a ampliação e modernização da Estação de Tratamento de Esgoto Mampituba, localizada na Estrada da Salina.
“O investimento de R$ 24 milhões da Corsan aumentará a capacidade de tratamento e irá aprimorar a eficiência operacional, com destaque para o tratamento terciário. Nesse novo procedimento, que será aplicado pela primeira vez no Litoral Norte, serão utilizadas técnicas de desinfecção avançada, com a remoção de poluentes específicos e equipamentos flutuantes”, destacou a assessoria de imprensa da Corsan.
A responsável técnica pelas estações de tratamento de esgoto no Litoral Norte, Priscila Baruffi Ribeiro, explica que a primeira fase da obra é voltada ao tratamento biológico, com a adaptação das lagoas que recebem o esgoto bruto. “Essa adequação inédita no Litoral Norte permitirá a modernização do sistema e otimização da operação”, disse.
Com capacidade atual de até 215 litros por segundo (o equivalente a 18.576 litros por dia) e preparada para aumentar o volume, a ETE Mampituba passará por ampla transformação. O projeto prevê um novo bloco hidráulico automatizado; unidade de desaguamento de lodo de 20 metros cúbicos por hora; sistema de dosagem de produtos químicos; construção de elevatória e novas tubulações, além do emissário final para destinação do efluente tratado.
Equipamentos flutuantes
O sistema de lagoas facultativas de esgoto – que combina processos aeróbios (com oxigênio) na superfície e anaeróbios (sem oxigênio) no fundo para decompor a matéria orgânica – será substituído por lagoas aeradas. Esse sistema de lagoas com aeração amplia a eficiência do tratamento e a nitrificação – que significa a remoção de nutrientes do efluente tratado, especialmente o nitrogênio e o fósforo.
Já foram instalados 39 aeradores do tipo cachoeira, que operam em baixa rotação para incorporar oxigênio à água, flutuando na superfície. A agitação da água e a exposição da superfície ao ar permitem que o oxigênio seja dissolvido no líquido. Esse processo, conhecido como aeração, é essencial para ativação de microrganismos que decompõem a matéria orgânica.
“Foram instalados também 20 misturadores submersos, para assegurar a homogeneidade em toda a coluna de água, inclusive no fundo”, explica Priscila. Os equipamentos conhecidos como sopradores e os misturadores serão flutuantes, ancorados por cabos de aço nos taludes. “É uma solução que facilita a operação e manutenção”, afirmou Priscila.





