A divulgação de dados que apontam o crescimento no número de acidentes de trabalho no setor de transporte e armazenagem foi recebida com preocupação pelo SETCERGS (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Rio Grande do Sul).
De acordo com o AEPS (Anuário Estatístico da Previdência Social), publicado em janeiro, os acidentes de trabalho no país aumentaram 11,8% em 2023 em relação a 2022, passando de 654.908 para 732.751 ocorrências.
No setor de Transporte, Armazenagem e Correios, o crescimento foi de 13,03%, subindo de 39.628 para 44.794 casos. O assessor de Produtos Perigosos do SETCERGS, Gilberto Cheiran, destaca a importância da qualificação profissional e do cumprimento rigoroso das normas de segurança para reduzir os riscos.
“O SETCERGS atua continuamente na orientação e atualização de profissionais e empresas para garantir o cumprimento da regulamentação como forma de enfrentar esse problema. Em 2024, um pleito apresentado pelas entidades foi aceito, garantindo que as operações de carregamento, descarregamento e transbordo de produtos perigosos sejam conduzidas por profissionais capacitados. Além disso, os expedidores e destinatários agora devem seguir as normas de segurança e saúde do trabalho estabelecidas pelas autoridades competentes”, explica Cheiran.
O levantamento do AEPS também indicou que, apesar do aumento no número de acidentes, os óbitos tiveram uma leve redução de 3,7%, caindo de 2.891 para 2.783 casos. No entanto, o total de acidentes envolvendo trajeto e doenças ocupacionais cresceu 14,7% no período, evidenciando a necessidade de mais atenção por parte das autoridades e empresas do setor.
“A revisão das Normas Regulamentadoras (NRs) representa um avanço significativo, pois anteriormente não eram mencionadas de forma explícita. O alto índice de acidentes durante as operações de movimentação de produtos perigosos reforça a urgência de uma fiscalização mais rigorosa e da exigência de qualificação para os trabalhadores envolvidos”, ressalta Cheiran.
O SETCERGS enfatiza a necessidade de um esforço conjunto entre governo, empresas e trabalhadores para reduzir os riscos no transporte de cargas perigosas.
“A entidade segue acompanhando as discussões e propondo melhorias na regulamentação, sempre com foco na segurança e na preservação da vida”, completa.