Na semana passada, o governo federal anunciou a distribuição da vacina brasileira contra dengue para 2026.
O imunizante de dose única foi desenvolvido pelo Instituto Butantan e o Hospital São Lucas da PUCRS foi um dos centros responsáveis pela testagem da vacina, que será destinada para toda a faixa etária de 2 a 59 anos.
Cerca de 60 milhões de doses serão disponibilizadas a partir do próximo ano, integrando o PNI (Programa Nacional de Imunização), segundo informações do governo. O Instituto Butatan já realizou o pedido de registro da vacina para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O imunizante tem eficácia de 79,6% em casos de dengue sintomática e 89% em casos graves. Além disso, a vacina brasileira é tetravalente, ou seja, atua contra os quatro sorotipos da doença provocada pelo transmissor Aedes aegypti.
Para o coordenador do estudo no Hospital São Lucas da PUCRS, Fabiano Ramos, que também é infectologista e diretor técnico da instituição, esse é um resultado buscado há muitas décadas.
“Há mais de cinquenta anos, pesquisadores tentam desenvolver um imunizante eficaz contra a doença. Por meio da pesquisa clínica, o Hospital São Lucas tem desempenhado um papel crucial no desenvolvimento e na testagem de novas vacinas, como a da Dengue e a da Covid-19 (Coronavac). Essa atuação coloca a instituição na linha de frente da inovação em saúde, contribuindo para o avanço da ciência e para a melhoria da qualidade de vida da população”, ressalta.
Centro de pesquisa
O Centro de Pesquisa Clínica do Hospital São Lucas da PUCRS iniciou suas atividades em 2008 e integra a Rede Nacional de Pesquisa Clínica, iniciativa conjunta dos Ministérios da Ciência e Tecnologia e da Saúde para testar medicamentos utilizados no SUS (Sistema Único de Saúde).
No local, atuam mais de 30 investigadores desenvolvendo protocolos de pesquisa em 16 áreas distintas, com mais de 250 estudos em atividade.
O objetivo principal do Centro de Pesquisa do Hospital São Lucas da PUCRS é a evolução do tratamento das doenças, o que está diretamente relacionado à descoberta de novas drogas.
“No entanto, antes que sejam utilizadas, elas devem passar por rigorosos ensaios clínicos, para validar sua eficácia e segurança para o paciente”, disse a assessoria de imprensa da instituição
“Desde o início de suas operações, já foram executadas centenas de pesquisas, com mais de cinco mil voluntários, dezenas de equipes multidisciplinares, médicos pesquisadores e especialidades médicas”, completou.