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Acidentes com escorpiões: Dicas de cuidados e o que fazer caso seja picado

Especialista alerta que aparecimento de escorpiões tende a aumentar nesse período do ano.

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14/11/24

às

13:11

escorpiao preto

Foto: Divulgação

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, a presença de escorpiões tem sido recorrente nos últimos meses, principalmente, na região do Centro da Capital.

Agentes de fiscalização e combate a endemias do órgão já capturaram centenas de escorpiões em 2024, que tendem a aparecer mais quando as temperaturas aumentam.

A coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera, Mérlim Fachini, avalia que esses animais comumente são encontrados nos ambientes urbanos, sobretudo embaixo de pedras ou toldos, sendo a sua alimentação composta, em geral, de baratas.

A especialista alerta ainda que, o aparecimento de escorpiões tende a aumentar nesse período do ano, sobretudo por conta da proximidade do verão.

“Há um grande risco à população, pois a gravidade das picadas de escorpião pode variar, e os sintomas podem incluir dor intensa, inchaço, náusea, vômito, sudorese e, em casos mais graves, acometimentos cardiorrespiratórios. Portanto, é essencial buscar atendimento médico o mais rápido possível. Temperaturas elevadas intensificam a presença desses animais, principalmente o amarelo, que é uma das espécies mais venenosas da América do Sul e pode provocar mortes”, alerta.

Segundo Mérlim, as maiores vítimas de morte por picadas de escorpião são crianças com idade inferior a 10 anos. “Por possuírem um sistema imunológico ainda em desenvolvimento, os pequenos se tornam mais suscetíveis aos efeitos do veneno do aracnídeo. Além disso, normalmente, as crianças podem brincar em locais onde os animais podem se esconder, como embaixo de móveis, caixas e outros objetos”, destaca.

Em Porto Alegre, as capturas de escorpiões são feitas pelo Núcleo de Fiscalização Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde em conjunto com os agentes da Vigilância em Saúde de Porto Alegre e agentes de combate a endemias e profissionais do Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos). Os animais capturados são enviados para o CIT (Centro de Informações Toxicológicas) do Rio Grande do Sul.

Mérlim dá algumas dicas de medidas preventivas. Confira:

Limpeza e organização: Mantenha sua casa e quintal limpos e organizados. Escorpiões se escondem em entulhos, pilhas de madeira, roupas sujas e bagunça.

Vedação: Certifique-se de que portas e janelas tenham telas em boas condições e de que não haja frestas ou buracos por onde escorpiões possam entrar.

Uso de repelentes: Aplique repelentes de escorpiões em áreas onde eles possam se esconder, como rodapés e ralos, além de vedá-los.

Calçados e roupas: Use sapatos e roupas adequadas ao caminhar em áreas onde escorpiões possam estar presentes. Antes de usar qualquer sapato, certifique-se de que ele não seja esconderijo de escorpiões. Afaste do contato com o chão, cobertas e lençóis, pois o animal pode subir na cama.

O que fazer caso seja picado

Procure assistência médica: Leve a vítima imediatamente a um hospital – em Porto Alegre procurar o Hospital de Pronto Socorro, em outros municípios procurar o hospital de referência para acidentes com animais peçonhentos.

Os médicos podem administrar tratamento específico, como soro antiescorpiônico, se necessário. Se possível, leve uma foto do escorpião que provocou o acidente, para facilitar identificação e definição do tratamento.

  • Lave a área: Lave a área da picada com água e sabão suavemente.
  • Mantenha a calma: Mantenha a pessoa calma e imobilize a área afetada, se possível.
  • Não corte ou sugue a picada: Não tente cortar a área da picada ou sugar o veneno, pois isso pode piorar a situação.
  • Aplique compressas frias: Aplique compressas frias na área da picada para aliviar a dor e reduzir o inchaço.
  • Eleve a área afetada: Se a picada for em uma extremidade, eleve-a levemente para ajudar a reduzir o inchaço.

Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, os escorpiões de importância em saúde pública são as seguintes espécies do gênero Tityus:

  • Escorpião-amarelo (T. serrulatus): Com ampla distribuição em todas as macrorregiões do país, representa a espécie de maior preocupação em função do maior potencial de gravidade do envenenamento e pela expansão em sua distribuição geográfica no país, facilitada por sua reprodução partenogenética e fácil adaptação ao meio urbano.
  • Escorpião-marrom (T. bahiensis): Encontrado na Bahia e regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.
  • Escorpião-amarelo-do-nordeste (T. stigmurus): Também apresenta reprodução do tipo partenogenética. É a espécie mais comum no Nordeste, apresentando alguns registros nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
  • Escorpião-preto-da-amazônia (T. obscurus): Principal causadora de acidentes e óbitos na região Norte e no Estado de Mato Grosso.

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