Mais do que um esporte, o ciclismo é uma atividade acessível, democrática e com impacto direto na saúde. De acordo com Alessandra Rascovski, endocrinologista, andar de bicicleta contribui para o equilíbrio metabólico, a prevenção de doenças crônicas e a melhoria da qualidade de vida.
Esse alerta se torna ainda mais urgente diante dos dados do relatório Status Global sobre Atividade Física 2022, da OMS (Organização Mundial da Saúde), que aponta que o sedentarismo pode levar 500 milhões de pessoas a desenvolver doenças crônicas até 2030, em grande parte devido à falta de atividade física e à má alimentação.
“Quando falamos em ciclismo, falamos em muito mais do que esporte. É uma ferramenta altamente eficaz para quem quer não só controlar o peso, mas prevenir doenças como diabetes tipo 2, hipertensão, depressão e até Alzheimer, condições diretamente relacionadas à resistência à insulina”, explica Alessandra.
Benefícios do ciclismo para a saúde:
- Reduz o risco de doenças cardiovasculares. Ao pedalar, o coração trabalha de forma mais eficiente, fortalecendo-se e melhorando sua capacidade de bombear sangue. “Isso favorece a circulação, reduz o acúmulo de placas nas artérias e diminui o risco de infarto, AVC e hipertensão”, ressalta Alessandra.
- Melhora o condicionamento físico e a capacidade pulmonar. O ciclismo estimula os pulmões a captar mais oxigênio e o coração a distribuí-lo de forma mais eficiente. O resultado aparece na disposição, no aumento do fôlego e na resistência, tanto durante o treino quanto nas tarefas do dia a dia.
- Contribui para o controle do peso. Por ser uma atividade de alto gasto calórico, pedalar acelera o metabolismo, favorecendo a queima de gordura e o déficit calórico — condição essencial para quem busca perder peso ou manter o equilíbrio corporal.
- Melhora o humor e reduz o estresse. “Durante e após a o ciclismo, há um aumento na produção de serotonina e dopamina, neurotransmissores que promovem bem-estar, prazer e equilíbrio emocional”, ressalta Alessandra.
- Estimula a memória, o foco e protege a saúde do cérebro. A prática melhora a oxigenação cerebral, estimula irisina e fator neurotrófico cerebral, que favorecem o desenvolvimento dos neurônios e ajuda a proteger contra o declínio cognitivo, melhorando memória, concentração e saúde mental.
- Regula hormônios essenciais, como a insulina e o cortisol. “Pedalar aumenta a sensibilidade à insulina, ajudando no controle dos níveis de açúcar no sangue e na prevenção do diabetes tipo 2. Além disso, reduz o cortisol, hormônio ligado ao estresse crônico, protegendo o organismo dos impactos negativos desse desequilíbrio”, finaliza a endocrinologista.