O Rio Grande do Sul já registrou, em 2024, 166 casos de coqueluche, distribuídos por todas as faixas etárias e com maior concentração em menores de um ano.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (19) pelo governo do Estado. O aumento dos casos de coqueluche no Rio Grande do Sul é alerta para importância de se vacinar as crianças.
“Isso é um alerta para que Secretaria da Saúde (SES) reforce a importância da vacinação contra a doença. Duas as vacinas previstas protegem da coqueluche: a pentavalente e tríplice bacteriana, cujas doses são aplicadas a partir dos dois meses de idade até os quatro anos, conforme esquema preconizado pelo Programa Nacional de Imunizações”, ressaltou o governo do Rio Grande do Sul.
No Brasil, até 9 de novembro, foram confirmados mais de 3,2 mil casos. Os estados com maior número de registros são Paraná (1.229), São Paulo (831), Minas Gerais (384), Rio de Janeiro (259) e Distrito Federal (163).
A doença
A coqueluche é uma doença respiratória infecciosa aguda de alta transmissibilidade. Uma pessoa doente pode infectar até 17 pessoas suscetíveis. É de notificação compulsória e imediata (até 24 horas) frente à suspeita, devendo ser comunicada à vigilância municipal.
A transmissão ocorre por gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar. A doença é causada por uma bactéria chamada Bordetella pertussis e possui como sintoma principal os acessos de tosse que evoluem em três fases:
Fase inicial (catarral): começa como um resfriado comum, com sintomas leves como febre baixa, mal-estar geral, coriza e tosse seca. Gradualmente, a tosse se torna mais intensa e frequente evoluindo para crises de tosse. Essa fase pode durar de uma a duas semanas.
Fase de tosse intensa (paroxística): geralmente é afebril ou com febre baixa, mas em alguns casos, ocorrem vários picos de febre no decorrer do dia. A tosse se torna muito forte e incontrolável, com crises súbitas e rápidas que podem causar vômitos. Durante essas crises a pessoa pode ter dificuldade para inspirar, apresenta rosto vermelho (congestão facial) ou azulado (cianose) e, às vezes, pode fazer um som agudo ao inspirar (guincho). Essa fase pode durar de duas a seis semanas.
Fase de recuperação (convalescença): a tosse começa a diminuir em frequência e em intensidade, mas pode persistir entre duas e seis semanas ou por até três meses. Infecções respiratórias de outra natureza, durante essa fase, podem fazer a tosse intensa (paroxismos) voltar temporariamente.
Vacinas
A coqueluche é uma doença prevenível por meio da vacinação, que integra o calendário infantil. As vacinas indicadas são a pentavalente, que protege contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b, e a tríplice bacteriana, que protege contra difteria, tétano e coqueluche.
O esquema vacinal preconizado são três doses da pentavalente (aos dois, quatro e seis meses de idade) e mais dois reforços com a tríplice bacteriana (aos 15 meses e aos quatro anos de idade).
Desde 2014, as gestantes recebem no pré-natal, a partir da 20ª semana, a vacina dTpa (tríplice bacteriana acelular), cujo objetivo é proteger o recém-nascido contra a coqueluche.
Cidades com casos
O governo do Rio Grande do Sul informou as cidades com casos em 2024. Confira os casos confirmados até 18 de novembro:
- Alvorada: 8
- Barra do Ribeiro: 2
- Cachoeira do Sul: 1
- Camaquã: 1
- Campo Bom: 1
- Canela: 1
- Canoas: 7
- Capão da Canoa: 1
- Carlos Barbosa: 1
- Cerro Branco: 1
- Charqueadas: 2
- Dois Irmãos: 1
- Dois Irmãos das Missões: 1
- Estância Velha: 1
- Farroupilha: 2
- Gramado: 19
- Gravataí: 2
- Guaíba: 2
- Ivoti: 2
- Montenegro: 2
- Novo Cabrais: 1
- Novo Hamburgo: 3
- Pelotas: 1
- Porto Alegre: 79
- Presidente Lucena: 1
- Protásio Alves: 1
- Rio Grande: 1
- Santa Rosa: 1
- Santa Vitória do Palmar: 1
- São Leopoldo: 6
- Sapucaia do Sul: 3
- Tramandaí: 1
- Três Coroas:
- Tupandi: 1
- Viamão: 6