O Rio Grande do Sul enfrenta um preocupante aumento nos casos de coqueluche, alcançando um recorde na última década.
Segundo a SPRS (Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul), essa situação é decorrente da redução nas taxas de imunização e do comportamento cíclico característico da epidemiologia da doença. A entidade destaca a necessidade de ações eficazes para ampliar a vacinação, especialmente entre crianças e adolescentes.
Nos últimos anos, fatores ideológicos têm impactado negativamente a adesão às campanhas de imunização, agravando o cenário.
“O ativismo anti-vacina, associado a questões ideológicas, é um fator relativamente novo no Brasil, mas que já contribui de forma significativa para a queda das coberturas vacinais. Iniciativas como a Campanha de Multivacinação, que busca elevar a cobertura de 88% para a meta de 95%, são cruciais para fortalecer a proteção coletiva e conter os casos”, afirma o infectopediatra da SPRS,Marcelo Scotta.
Embora não seja possível medir a procura específica por vacinas, como a pentavalente, durante a campanha, a SPRS reforça que os esforços para aumentar a imunização em geral são indispensáveis. Além disso, a entidade enfatiza o papel dos exames diagnósticos na contenção da doença.
“Quanto mais pacientes são identificados e tratados, menor é a propagação da coqueluche”, complementa o médico.