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5 anos após a Covid-19, oncologia colhe frutos da revolução científica da pandemia

A tecnologia de RNA mensageiro ganhou destaque mundial com as vacinas contra Covid-19.

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10/03/25

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23:01

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Foto: Cristine Rochol/PMPA

Em março de 2020, quando a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou a Covid-19 como uma pandemia, a comunidade médica não poderia prever a extensão do que estava por vir.

Passados cinco anos, entre reflexões sobre erros e acertos, é inegável que há legados inesperados desse período a serem celebrados no combate à outra doença que, segundo a OMS, afeta atualmente aproximadamente 53,5 milhões de pessoas em todo o mundo: o câncer.

“A corrida contra o tempo para combater o coronavírus acelerou inovações que hoje beneficiam milhões de pacientes oncológicos. No momento em que recordamos os cinco anos desde o início da pandemia, fica claro que a medicina emergiu mais forte e mais preparada para enfrentar outros desafios na saúde, incluindo o câncer”, afirma o oncologista Carlos Gil Ferreira.

Para ele, as transformações catalisadas pela Covid-19 continuarão moldando o futuro do tratamento oncológico, oferecendo esperança renovada para milhões de pacientes em todo o mundo.

“A pandemia nos forçou a repensar paradigmas e acelerar processos que, em condições normais, levariam décadas. Hoje, colhemos os frutos dessa revolução científica no tratamento do câncer”, enfatiza.

Revolução do mRNA: da Covid-19 ao câncer

    A tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), que ganhou destaque mundial com as vacinas contra Covid-19, emerge agora como uma promissora ferramenta contra o câncer.

    “O sucesso das vacinas de mRNA abriu caminho para potencial aplicação em imunoterapias personalizadas contra tumores. Estamos testemunhando resultados preliminares impressionantes em alguns tipos de câncer”, destaca Ferreira.

    Telemedicina: quebrando barreiras geográficas

      O isolamento social imposto pela pandemia consolidou a telemedicina como ferramenta essencial.

      “Descobrimos que muitas consultas de acompanhamento podem ser realizadas remotamente, permitindo que pacientes de áreas distantes mantenham contato regular com seus oncologistas. Isso revolucionou o acesso ao tratamento especializado”, explica o especialista.

      Aceleração de pesquisas clínicas

        A urgência da pandemia estabeleceu novos padrões para a condução de estudos clínicos. “Aprendemos a realizar pesquisas com mais agilidade, sem comprometer a segurança. Hoje, aplicamos esse conhecimento para acelerar o desenvolvimento de novos tratamentos contra o câncer”, pontua Ferreira.

        Monitoramento remoto e tecnologias digitais

          A necessidade de acompanhamento à distância impulsionou o desenvolvimento de ferramentas digitais para monitoramento de pacientes.

          “Aplicativos e dispositivos vestíveis permitem acompanhar sintomas e efeitos colaterais em tempo real, possibilitando intervenções mais rápidas quando necessário”, ressalta Ferreira.

          Colaboração científica global

            A pandemia demonstrou o poder da colaboração internacional em pesquisa médica. “Vimos a comunidade científica global unida como nunca antes. Essa cultura de compartilhamento de dados e descobertas permanece, acelerando avanços no tratamento do câncer”, afirma o oncologista.

            A experiência com a Covid-19 deixou um legado duradouro para a oncologia. “Embora a pandemia tenha sido um período desafiador, as lições aprendidas e as inovações desenvolvidas continuarão beneficiando pacientes com câncer por muitos anos”, conclui Ferreira.

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