Cuidados podológicos em pacientes diabéticos: prevenção e manejo de complicações nos pés

Os cuidados podológicos são essenciais na rotina de pacientes diabéticos.

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17/06/25

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15:10

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Foto: Divulgação

Você sabia que pacientes diabéticos requerem cuidados podológicos específicos devido à maior propensão a problemas como feridas, infecções e má cicatrização?

A perda de sensibilidade e a má circulação nos pés tornam essencial o acompanhamento regular com um podólogo.
De acordo com a docente e coordenadora do curso de podologia do Senac Saúde, Fernanda Nobre, os cuidados podológicos são essenciais na rotina de pacientes diabéticos, pois a doença pode comprometer tanto a circulação sanguínea quanto a sensibilidade nos membros, o que torna essas regiões especialmente vulneráveis a infecções e complicações graves.

“Sem o acompanhamento especializado, problemas como neuropatia periférica, que reduz a sensibilidade e impede o paciente de perceber pequenas feridas, podem passar despercebidos e evoluir para quadros mais graves”, afirma.

Além disso, a má circulação dificulta a cicatrização, aumenta o risco de infecções persistentes e, em casos extremos, o desenvolvimento do chamado pé diabético, que pode levar à formação de úlceras profundas e até à amputação.

O acompanhamento podológico adequado permite a detecção precoce de alterações, promovendo a saúde dos pés de forma contínua. Entre os cuidados fundamentais, estão:

  • Avaliação cuidadosa da integridade da pele;
  • Observação de calosidades, rachaduras, alterações de coloração e temperatura;
  • Verificação da presença de deformidades estruturais.

O podólogo também deve estar atento a sinais de alerta que indicam a necessidade de encaminhamento para avaliação por outros profissionais da saúde. Entre eles, destacam-se:

  • Feridas que não cicatrizam, presença de secreção, mau odor, dor persistente ou outros sinais de infecção;
  • Alterações na coloração da pele, inchaço, ou áreas com temperatura alterada (muito frias ou muito quentes), que podem indicar problemas circulatórios;
  • Perda significativa de sensibilidade, formigamento frequente ou sensação de dormência, sintomas clássicos de neuropatia avançada;
  • Deformidades nos pés, como dedos em garra, joanetes ou calosidades recorrentes, que aumentam o risco de lesões por pressão.

É fundamental que o profissional reforce com os pacientes diabéticos orientações que ajudem a prevenir tais complicações.

“A inspeção diária dos pés deve ser incentivada, com atenção a sinais como bolhas, feridas, rachaduras ou alterações na pele. A higiene também é essencial: os pés devem ser lavados com água morna e sabão neutro, sendo secos — especialmente entre os dedos — para evitar o acúmulo de umidade. A hidratação da pele ajuda a prevenir o ressecamento e o surgimento de fissuras, mas é importante evitar a aplicação de cremes entre os dedos”, diz Fernanda.

Fernanda finaliza ressaltando que o paciente também deve ser alertado sobre os riscos de andar descalço, mesmo dentro de casa, e sobre o uso de instrumentos cortantes para tratar unhas ou calos.

“O uso de calçados fechados, confortáveis, sem costuras internas e com bom ajuste também deve ser incentivado, assim como a busca por atendimento imediato diante de qualquer alteração nos pés” conclui.

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