Não importa se a obra é pública ou privada, mas sempre é uma “dor de cabeça” para o povo. Após vistorias do governador Eduardo Leite, o governo do Rio Grande do Sul prometeu entregar, em 2026 (justamente em ano de eleições), barragens com obras iniciadas em 2009.
Na última quinta-feira (21), Leite, acompanhado da secretária de Obras Públicas, Izabel Matte, vistoriou as obras da barragem do Jaguari, em São Gabriel, na região da Campanha.
“A obra é um dos maiores investimentos do Estado para enfrentar crises climáticas, junto da barragem do Taquarembó, que está sendo erguida em Dom Pedrito. O investimento total em Jaguari será de R$ 330 milhões, com R$ 213,3 milhões do Estado e R$ 116,7 milhões da União”, disse a assessoria de imprensa do governo do Estado.
Atualmente com 87% da construção concluída, a barragem do Jaguari começou a ser erguida em 2009, mas os trabalhos ficaram parados entre 2012 e 2018, quando foram retomados.
Agora, de acordo com o governador, a entrega está próxima, prevista para o primeiro semestre de 2026. Leite também destacou que o Estado aporta 70% do valor da obra e que essa disponibilidade de recursos só foi possível a partir da equalização das contas públicas no Rio Grande do Sul.
“A recuperação fiscal foi fundamental para tirar obras como essa do papel. Fiquei muito feliz de ver o ritmo em que as obras estão, nos dando muita confiança de que a barragem deve estar concluída no início do ano que vem. Paralelamente, estamos trabalhando nos estudos para os canais de distribuição das águas na região, o que vai ser muito importante para enfrentamento de ciclos de estiagem e para aumentar a produtividade no campo. É uma obra transformadora da realidade da região”, ressaltou Leite.
O barramento (o “corpo” da barragem que segura a água) terá mais de um quilômetro de extensão e o reservatório, 138,17 milhões de metros cúbicos de água, o equivalente a cerca de 55,3 mil piscinas olímpicas, ocupando 1.798 hectares, ou mais de 2,5 mil campos de futebol.

Barragem do Taquarembó
A cerca de 24 quilômetros da barragem do Jaguari, em linha reta, fica a barragem do Taquarembó. “Feita de concreto, ela está 58,3% concluída, devendo estar pronta no final do ano que vem”, afirmou a assessoria de imprensa do governo do Estado.
A construção começou em 2009 e parou em 2013. Voltou entre 2015 e 2017, quando foi interrompida novamente. No começo deste ano, o governo autorizou o reinício das obras. Desde então, houve a recuperação do canteiro de obras, incluindo estruturas como escritórios, refeitório, alojamento, laboratório, oficina e almoxarifado.
A barragem do Taquarembó tem 382 metros de comprimento e altura máxima de 34 metros, com largura de 5 metros. O reservatório terá 116 milhões de metros cúbicos de água, ou 46,4 mil piscinas olímpicas, ocupando um espaço de 1.240 hectares, cerca de 1,7 mil campos de futebol.
“Com R$ 107 milhões já investidos na construção, R$ 7,8 milhões neste ano, entre recursos do Estado e da União, Taquarembó ainda receberá mais R$ 143 milhões para a conclusão. Ao final, terão sido destinados R$ 251 milhões para a obra, sendo R$ 107,6 milhões do Estado e R$ 143,3 milhões da União”, ressaltou a assessoria de imprensa do governo do Rio Grande do Sul.
Munícipios
As barragens atenderão a 235 mil habitantes em seis municípios: Cacequi, Dom Pedrito, Lavras do Sul, Rosário do Sul, Santana do Livramento e São Gabriel.
No Rio Grande do Sul, a região tem forte tradição agrícola, especialmente em culturas como arroz, soja e milho, mas enfrenta dificuldades por questões climáticas e com os atrasos das obras das barragens.