A infância é o momento ideal para construir as bases de uma vida saudável — e isso inclui cuidar do coração desde cedo.
Por isso, durante a Semana do Dia da Criança, a SOCERGS (Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio Grande do Sul), destaca a importância de estimular bons hábitos ainda nos primeiros anos de vida como forma de prevenir doenças cardiovasculares na fase adulta.
A recomendação da cardiologista pediátrica e fetal, Patricia Martins Moura Barrios, é começar pela alimentação da criança, desestimulando o consumo excessivo de açúcar e gorduras saturadas nos primeiros anos de vida.
“Ter alimentos saudáveis em casa, incentivar o consumo de frutas e verduras e, principalmente, brincar com a criança, correr, pular, andar de bicicleta, são atitudes simples que fazem toda a diferença. Os pais também precisam dar o exemplo — não adianta pedir para o filho se afastar das telas se o adulto passa o tempo todo no celular”, explicou a cardiologista.
A obesidade e a pressão alta na infância são sinais de alerta para o risco de doenças cardiovasculares futuras. O histórico familiar de pressão alta ou problemas de coronária em idade precoce deve acender a atenção. A médica lembra que crianças obesas têm maior propensão a desenvolver hipertensão, diabetes e doenças do coração na fase adulta.
Ela lembra que programas escolares voltados à promoção da atividade física têm se mostrado eficazes em diversos países.
“Nos Estados Unidos, por exemplo, o projeto Heart Smart incentivou o exercício diário nas escolas, envolvendo toda a comunidade escolar. Essa iniciativa não apenas reduziu o tempo de tela das crianças, como melhorou o convívio social e o bem-estar geral. Precisamos de mais estímulos assim no Brasil, com políticas que valorizem a educação física e a saúde desde cedo”, disse Patricia.
Para a médica, cuidar da saúde do coração começa na infância e depende de uma mudança cultural.
“Criar uma memória afetiva positiva em torno do movimento e da alimentação saudável é a melhor forma de formar adultos mais conscientes e com menos risco cardiovascular”, concluiu a cardiologista.