O hospital Pompéia Ecossistema de Saúde, em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, realizou um marco histórico na medicina brasileira.
Na última sexta-feira (31), a equipe de ortopedia do hospital fez uma cirurgia utilizando técnicas de osteointegração. A cirurgia inédita envolveu avanços na técnica de Osseointegração (ou Osteointegração).
“Foi realizada para transformar a vida de um jovem paciente (37 anos), Jedimar de Oliveira, que necessitou amputar as duas pernas, devido à isquemia provocada pelo uso de medicações vasopressoras. A amputação de membros é uma condição que vai muito além de uma questão física. É uma condição que impacta profundamente a vida das pessoas, afetando sua identidade, mobilidade e rotina em aspectos emocionais, sociais, econômicos e psicológicos”, ressaltou hospital.
“Esta intervenção inovadora, resultado de mais de três anos de estudo e trabalho colaborativo, irá beneficiar milhares de pessoas”, completou.
Técnica
A Osseointegração é uma técnica inovadora e uma alternativa em relação às próteses convencionais para amputados. No Brasil, a técnica foi introduzida pelo médico Marcelo Souza, que também participou da cirurgia no Pompéia Ecossistema de Saúde.
“É um procedimento que permite a conexão direta entre o osso humano e um implante artificial, proporcionando aos pacientes maior conforto e funcionalidade em comparação às próteses convencionais”, explicou o hospital.
No caso do paciente do hospital Pompéia Ecossistema de Saúde, uma prótese metálica foi implantada diretamente no osso e conectada à prótese externa, permitindo maior facilidade de uso, melhoria na caminhada, aumento da velocidade e distância percorrida, aumento do uso da prótese e redução de problemas de pele e feridas relacionadas com a adaptação da prótese nos tecidos moles.
Segundo o hospital, a cirurgia devolverá a Oliveira a função das pernas muito próximo ao normal, ampliando sua qualidade de vida e independência.
“A cirurgia, a primeira bilateral realizada no Brasil (ambas as pernas no mesmo procedimento), foi minuciosamente planejada há meses por uma equipe multidisciplinar. Este time de especialistas inclui médicos, fisioterapeutas e engenheiros, que aliaram conhecimentos de vanguarda para garantir o sucesso da intervenção”, ressaltou o hospital.
A liderança é Gustavo Gil, com vasta experiência em ortopedia oncológica e fixação externa.
“A realização desta cirurgia representa não apenas um avanço técnico, mas um compromisso com a inovação, a pesquisa científica e o cuidado humano. A vida deste jovem paciente será transformada, devolvendo a ele a independência e a qualidade de vida. Este é o legado desta cirurgia”, afirmou Gil.
Segundo o hospital, o paciente teve alta médica na segunda-feira (3) e deve começar a fisioterapia na sequência.