O Grupo Hospitalar Conceição está participando de dois estudos internacionais para avaliar a cura funcional do HIV.
Os estudos são promovidos pelo Advancing Clinical Therapeutics Globally, núcleo de pesquisas para a HIV/AIDS e doenças infecciosas do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, e são realizados por apenas duas instituições no Brasil: o Grupo Hospitalar Conceição, em Porto Alegre, e a Fiocruz, no Rio de Janeiro.
Em Porto Alegre, a pesquisa é realizada em parceria com o Ipargs (Instituto de Pesquisas Avançadas do Rio Grande do Sul ).
“Para garantir uma amostra adequada – cerca de 50 pessoas –, os pesquisadores buscam pacientes interessados em participarem da análise. Os estudos são direcionados a dois públicos diferentes: pacientes que tenham tido infecção aguda pelo HIV e que já tomem antirretrovirais há pelo menos um ano e pacientes que estejam durante a infecção aguda pelo HIV (recém-diagnosticados) e que ainda não tenham iniciado o tratamento com antirretrovirais”, disse o o Grupo Hospitalar Conceição.
Conforme a médica infectologista Rita Lira, coordenadora clínica dos estudos no o Grupo Hospitalar Conceição, quando se fala em cura do HIV, a maioria das pessoas imagina a eliminação completa do vírus, mas o objetivo do estudo é a cura funcional, que consiste no fortalecimento da resposta imunológica ao HIV, permitindo que o próprio corpo controle o vírus. Isso possibilita longos períodos sem a necessidade de uso diário da terapia antirretroviral.
Pacientes infectados há mais de um ano
O estudo ACTG A5374 utiliza estratégia tripla imunológica para remissão do HIV. Nele, os pacientes receberão uma combinação de três tratamentos experimentais que buscam reduzir o número de células infectadas e estimular o sistema imunológico a controlar o vírus.
Segundo o Grupo Hospitalar Conceição, a combinação inclui duas vacinas para direcionar a resposta imunológica do corpo a partes vulneráveis do HIV; um agente oral (Vesatolimod) que pode fortalecer a resposta imunológica do corpo; e dois produtos chamados anticorpos amplamente neutralizantes – bNAbs (GS-5423 e GS-2872), que se ligam ao vírus e impedem sua disseminação no corpo. Essas duas últimas substâncias são administradas por infusão intravenosa.
Para participar do estudo, o paciente precisa possuir 18 anos ou mais, ter recebido diagnóstico de infecção aguda pelo HIV, estar em terapia antirretroviral estável há pelo menos um ano e nunca ter interrompido o uso dos antirretrovirais.
Não poderão participar no estudo pacientes com alergia grave a ovos de galinha, com histórico de câncer associado ao HIV ou com tuberculose.
Pacientes recém-infectados
O estudo ACTG A5388 analisará a segurança e a eficácia da combinação de anticorpos amplamente neutralizantes (bNAbs) com o início da terapia antirretroviral em participantes após infecção aguda pelo HIV.
“O objetivo é controlar a presença do HIV no sangue e impedir que o vírus se reproduza. Ao minimizar as células infectadas, os medicamentos deverão evitar que a pessoa desenvolva a doença de forma crônica. Os pacientes deste estudo receberão duas doses únicas de anticorpos e TARV de última geração em dose diária em comprimido único”, explicou o Grupo Hospitalar Conceição.
Para participar, o paciente precisa ter sido diagnosticado com infecção aguda pelo HIV há, no máximo, sete dias e ainda não ter iniciado a terapia antirretroviral, além de ter entre 18 e 70 anos. Não poderão participar do estudo gestantes e lactantes nem pessoas com hepatite B ou C ou com doença grave de fígado.
Como participar
Pessoas com HIV interessadas em participar dos estudos ou profissionais de saúde que queiram mais informações para orientar seus pacientes sobre os ensaios clínicos devem procurar o Ambulatório de Infectologia do Grupo Hospitalar Conceição (Av. Francisco Trein, 596, bairro Cristo Redentor, Porto Alegre) ou enviar mensagem para o whatsApp (51) 99883-4886.
