Outra temporada de gripe está se aproximando e, como nos anos anteriores, médicos aconselham as pessoas a se vacinarem contra a doença.
O aumento do número de casos de gripe se repete todos os anos durante o outono e o inverno, principalmente entre os meses de abril e agosto no Brasil.
A gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, provocada pelo vírus Influenza, com alto potencial de transmissão. Como destaca a OMS (Organização Mundial da Saúde), a gripe não deve ser vista como algo irrelevante, visto que pode evoluir para formas mais sérias, principalmente entre os grupos de alto risco.
Existem quatro vírus da gripe: Influenza tipos A, B, C e D, sendo os tipos A e B os que normalmente circulam anualmente e causam gripe em humanos, que geralmente se inicia com sintomas de febre súbita, tosse (geralmente seca), dor de cabeça, dores musculares e articulares, mal-estar, dor de garganta e coriza. A transmissão ocorre por secreções das vias aéreas no contato com uma pessoa doente ou por objetos tocados por ela.
Embora para muitas pessoas a gripe seja vista apenas como uma doença desagradável com sintomas mais leves, ela pode se tornar uma doença grave, especialmente para certos grupos de risco, como pessoas com doenças crônicas (asma, hipertensão arterial, obesidade e diabetes), gestantes, idosos e crianças menores de 5 anos, podendo se agravar e levar a complicações.
Prevenção e tratamento
Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, a vacinação anual salva vidas e previne milhões de casos graves e óbitos por gripe5. No entanto, algumas pessoas ainda têm dúvidas quando se trata de sua vacina e, infelizmente, não faltam informações incorretas a respeito. Tais equívocos, muitas vezes, impedem as pessoas de serem vacinadas contra o vírus Influenza.
Confira abaixo alguns mitos e os esclarecimentos sobre gripe e vacinação:
Mito 1 – Tomando a vacina da gripe você vai pegar gripe.
Não. A vacina contra a gripe não causa gripe, seja trivalente (vacina contendo 3 cepas do vírus Influenza) ou quadrivalente (ou tetravalente – contendo 4 cepas).
Ela reduz o risco de contrair o vírus em até 90%, mas se você o contrair mesmo assim, os sintomas deverão ser menos graves do que se você não tivesse recebido a vacina, pois ela estimula o sistema imunológico na defesa contra o vírus, ajudando a reduzir significativamente complicações de saúde associadas, hospitalizações e sintomas respiratórios graves.
Mito 2 – A gripe não é tão grave, então não é necessário tomar a vacina.
A gripe deve ser levada a sério, pois pode levar a complicações graves e à hospitalização, principalmente para grupos de risco. Estima-se que a gripe afete 1,6 bilhão de pessoas em todo o mundo.
Mesmo que você se sinta saudável e contrair o vírus poderá não afetar sua saúde a longo prazo, é importante lembrar que as pessoas com quem você entra em contato diariamente também estarão em risco.
“A vacinação contra a gripe é fundamental para a proteção individual e coletiva. Além dos grupos de risco, é essencial que toda a população procure a prevenção, pois quanto mais pessoas estiverem vacinadas (incluindo adolescentes e adultos saudáveis, por exemplo), podemos dificultar a circulação do vírus estabelecendo ambientes saudáveis (seja familiar, seja na empresa ou outros de convívios sociais). A prevenção é a chave para o cuidado conosco e com todos ao nosso redor”, ressalta a médica Melissa Palmieri, médica e sanitarista atual Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.
“Outro ponto muito importante é que se você começar a sentir sintomas parecidos com os da gripe, vá ao médico o mais rápido possível para fazer o teste. A medicação antiviral funciona melhor se administrada até 48 horas após o início dos sintomas, portanto, fazer o teste mais cedo pode levar a melhores resultados”, destaca o médico Oscar Guerra.
Mito 3 – Você não precisa tomar a vacina contra gripe se você já tomou ano passado.
Você precisa ser vacinado todos os anos por duas razões muito importantes. Primeiro, o vírus da gripe está em constante mudança.
À medida que as cepas do vírus da gripe mudam, novas vacinas são desenvolvidas para proteger contra estas novas cepas. Com isso, a vacina do ano anterior pode não estar preparada para combater os vírus comuns da gripe desta temporada.
Em segundo lugar, embora sua vacina contra gripe sazonal deva protegê-lo durante a temporada, os anticorpos que seu corpo produz para protegê-lo diminuem ao longo do tempo. Participar da vacinação contra gripe todos os anos ajuda a manter a proteção contra a gripe ano após ano.
Mito 4 – A gripe não é perigosa para as crianças.
Crianças menores de 5 anos são mais propensas a desenvolver complicações graves se contraírem o vírus Influenza, e a vacina ajuda a diminuir esse risco.
Um estudo de 2017 publicado na Pediatrics mostrou que a vacina contra a gripe reduziu em 65% o risco de morte associada à gripe em crianças e jovens saudáveis de 17 anos ou menos. Neste sentido, o Ministério da Saúde recomenda que todas as pessoas com mais de 6 meses de idade sejam vacinadas contra a gripe.
Mito 5 – A vacina contra gripe torna você mais suscetível a outros vírus respiratórios.
Com base na pesquisa mais atual, o Centro de Controle e Prevenção de Doença dos Estados Unidos não encontrou evidências de que a vacina contra a gripe torna as pessoas mais suscetíveis a outras infecções respiratórias.
Além disso, um estudo publicado no Journal of Infectious Diseases mostrou que tomar uma vacina contra a gripe não enfraquecerá seu sistema imunológico.
Tratamento e cuidados ao contrair gripe
“Caso você contraia o vírus Influenza e desenvolva a gripe, é fundamental manter-se hidratado, descansar e adotar uma alimentação saudável”, afirma Patrícia Ruffo, nutricionista e gerente científica da Divisão Nutricional da Abbott no Brasil.
Isso porque a hidratação é uma parte importante da recuperação em um quadro de gripe, ajudando não só a amenizar os sintomas, mas também colabora para o corpo começar a se recuperar.