Lideranças políticas e comunitárias pedem que a Aegea Saneamento suspenda a abertura de poços artesianos na localidade de Águas Claras, em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
O assunto foi apresentado em audiência pública da Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização do Estado, em Porto Alegre, nesta segunda-feira (19), para tratar proteção das reservas de água de Águas Claras.
O encontro contou com a presença de vereadores, ex-prefeitos, moradores e agricultores. Eles temem que a solução adotada pela empresa para garantir o abastecimento em épocas de estiagem acabe com as reservas subterrâneas e prejudique o meio ambiente.
“Precisamos de garantias de que não haverá impacto ambiental na região. Para prosseguir, é preciso de segurança, ou seja, de estudos técnicos independentes sobre prejuízos ao lençol freático e à população”, defendeu o vereador Alex Sander (PT).
Ele revelou que a comunidade foi surpreendida com decisão da empresa de perfurar os poços em Águas Claras para abastecer o centro da cidade e, ao mesmo tempo, paralisar as obras de uma estação de captação em Itapuã.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul está acompanhando o caso em Viamão. A promotora Roberta Morillos Teixeira afirmou que a “temática é preocupante”.
Ela esclareceu ainda que há autorizações para as perfurações, mas não há decisão em relação à outorga de uso das águas subterrâneas.
A promotora revelou outro dado que mais uma vez surpreendeu os participantes da audiência: os estudos apontam para a abertura de 26 poços artesianos e não 12, como pensavam. Sete já estão perfurados.