O câncer de mama se mantém como o tipo de câncer mais comum entre as mulheres em praticamente todo o mundo.
No Brasil, a estimativa é de aproximadamente 70 mil novos casos por ano, de acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer).
“O desenvolvimento da doença está ligado a fatores de risco que podem ser hormonais (como menarca precoce, menopausa tardia, não ter engravidado ou amamentado) e comportamentais (como obesidade e sedentarismo). O histórico familiar de câncer de mama, ovário ou pâncreas também é um fator de risco importante”, aponta oncologista Erika Simplicio.
A especialista reforça que o exame é essencial para detecção precoce do câncer de mama e tem capacidade de identificar tumores em estágios iniciais, muitas vezes antes que sejam palpáveis. De acordo com o Inca, o câncer de mama tem 95% de chance de cura se detectado precocemente.
O Ministério da Saúde divulgou novas recomendações sobre o diagnóstico e tratamento do câncer de mama. Uma das principais alterações está na recomendação do exame de mamografia para mulheres a partir dos 40 anos, antes o órgão tinha como recomendação a idade de 50 anos.
A técnica de enfermagem Elizabete de Souza, 43 anos, vivencia uma jornada contra o carcinoma invasivo mamário, descoberto há apenas cinco meses. Sua história ressalta a importância do autocuidado e do diagnóstico precoce, além de destacar o profundo impacto emocional da doença.
Elizabete descobriu o nódulo através do autoexame em um momento de rotina intensa. Apesar de ter sido previamente avaliado como um nódulo gorduroso, um ultrassom de acompanhamento revelou o crescimento da massa. Em abril, veio a confirmação da biópsia: carcinoma invasivo. Em junho, já havia iniciado o tratamento, que hoje está na 14ª sessão de quimioterapia.
“Foi tudo muito rápido para mim e o meu conhecimento técnico tornou o meu choque maior. Quando você está nos bastidores é uma coisa, mas quando você é um paciente, isso traz um baque e uma sensação diferente”, afirma Elizabete.
Enfrentando medos
Apesar do medo inicial, Elizabete encontrou forças na fé e na crença nos avanços da oncologia. “Comecei a relembrar casos de cura de pacientes que acompanhei e essa fé foi fundamental para não me deixar abalar pelas emoções e pela fragilidade do corpo”, comenta.
Além disso, Elizabete conta que reatou um relacionamento durante esse período de descoberta do diagnóstico. Ela encara sua experiência como uma reforma íntima e usa sua voz para fazer um apelo às mulheres.
“O apoio durante o tratamento tem sido importante, especialmente do meu namorado, que reatou o relacionamento no meio dessa transição. Ele me oferece suporte integral nas dores, náuseas e mal-estar. Por fim, reforço para as mulheres que façam os exames sempre que possível,” afirma.
Elizabete enfatiza que o tratamento é doloroso, mas a possibilidade de ser curada é maior se a doença for detectada no início, antes que se espalhe pelo corpo.
“Apesar de ser uma doença desafiadora, a medicina oferece um leque de opções de tratamento que aumentam as chances de cura. Atualmente, há uma vasta gama de tratamentos possíveis, que são individualizados conforme o estágio da doença e a paciente. O rastreamento através do exame de mamografia para o diagnóstico precoce é um dos maiores aliados no combate ao câncer de mama”, comenta a oncologista.
Elizabete também enfatiza que a luta diária dela é consigo mesma. “Tenho uma plateia torcendo pela minha cura e minha fé é acreditar no que não vejo, mas sinto o coração aquecido. Tenho uma filha que me ajuda todos os dias e tudo isso é o meu combustível para nunca desistir”, finaliza.