A doença Mão-Pé-Boca é uma infecção viral contagiosa, ocasionada pelo vírus Coxsackie, que afeta majoritariamente crianças menores de cinco anos, mas pode ocorrer em qualquer idade.
O nome da doença deriva da característica manifestação de lesões cutâneas e orais, que se apresentam majoritariamente, como vesículas ou manchas vermelhas concentradas nas mãos, pés e na boca.
Em 2025, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, entre a segunda metade de julho e a primeira semana de setembro, foram contabilizados 19 surtos da doença, totalizando 161 pessoas contaminadas, entre bebês, crianças e adultos na Capital.
Em outubro deste ano, município de Rio Grande, na Região Sul do Estado, contabilizou 10 surtos da síndrome mão-pé-boca em creches e escolas de educação infantil do munícipio. No começo de outubro, a Prefeitura de Turuçu, na Região Sul do Rio Grande do Sul, suspendeu aulas em duas escolas municipais de educação infantil devido a um surto da doença.
A pediatra Vivian Pereira de Oliveira explica que a doença, embora não seja grave, é muito contagiosa. “É uma doença que se propaga rapidamente em ambientes coletivos, como creches e escolas, sendo transmitida pelo contato direto com secreções de indivíduos infectados, incluindo saliva, muco respiratório e fezes, ou por meio de superfícies e objetos contaminados”, comentou.
Segundo a pediatra, o pico de contágio ocorre na primeira semana da doença, mas o vírus pode ser detectado nas fezes por várias semanas após a recuperação clínica. Após um período de incubação de três a sete dias, os sintomas iniciais costumam ser febre alta, mal-estar e dor de garganta.
“Outros sintomas também se manifestam, como manchas que rapidamente se transformam em úlceras dolorosas na boca, semelhantes a aftas, dificultando a alimentação e a ingestão de líquidos, e erupções vermelhas – geralmente sem coceira – que afetam as palmas das mãos e solas dos pés, podendo se espalhar para a região das nádegas e genitais”, explicou a médica.
Quais os cuidados com a doença?
A Mão-Pé-Boca é autolimitada, ou seja, regride espontaneamente em cerca de sete a dez dias, sem necessidade de um tratamento antiviral específico, porém, alguns cuidados são muito importantes para não agravar a condição.
“O manejo consiste no alívio dos sintomas com o uso de analgésicos e antitérmicos sob orientação médica, e no cuidado com a hidratação do paciente. Devido à dor nas lesões orais, é necessário garantir a ingestão adequada de líquidos, preferencialmente frios e doces, para prevenir a desidratação, que é a complicação mais comum da doença em crianças pequenas”, ressaltou Vivian.
A prevenção da disseminação depende majoritariamente de medidas de higiene. A higienização frequente das mãos, especialmente após usar o banheiro, trocar fraldas e antes das refeições, é a principal forma de evitar o contágio. “Também é preciso manter as crianças doentes afastadas de ambientes sociais, como creches e escolas durante o período de contágio ativo, para evitar a transmissão”, explicou a pediatra.
A médica enfatiza que é imprescindível manter a limpeza regular de superfícies e objetos compartilhados, como brinquedos e utensílios, com soluções desinfetantes apropriadas, para quebrar a cadeia de transmissão.
“Embora raras, complicações exigem atenção médica imediata em casos de desidratação grave, febre persistente ou o surgimento de sintomas neurológicos incomuns, como dor de cabeça forte, rigidez na nuca ou sonolência excessiva”, finalizou a pediatra.





