Picada de abelha em crianças: quando se preocupar?

Em casos mais graves, uma simples picada pode desencadear reações alérgicas severas.

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15/08/25

às

16:32

Atualizado em: 15/08/2025 às 16:34

picada

Foto: Divulgação

Quando se trata de picada de abelha em crianças, cada segundo importa. A dor aguda é apenas o primeiro sinal.

Em casos mais graves, uma simples picada pode desencadear reações alérgicas severas, como anafilaxia. Por isso, saber exatamente o que fazer nos primeiros minutos é essencial para proteger a saúde do seu filho e evitar complicações.

O Ministério da Saúde registrou 33 mil acidentes por picadas de abelha no Brasil apenas em 2023. Crianças são especialmente vulneráveis, tanto pelo menor tamanho corporal (o que intensifica o efeito do veneno) quanto pela dificuldade de identificar e comunicar sintomas graves.

Segundo a dermatologista Flavia Prevedello, é fundamental remover o ferrão o mais rapidamente possível. “O ideal é usar uma pinça, mas se não tiver pode usar as unhas, fazendo um movimento de pinça com os dedos”, orienta.

Essa etapa é crucial, porque quanto mais tempo o ferrão permanece na pele, mais veneno é liberado e mais intensas podem ser as reações locais e sistêmicas.

Quais são os primeiros socorros para picada de abelha?

  • Remova o ferrão imediatamente, com pinça ou unhas.
  • Higienize a área com água e sabão.
  • Aplique gelo ou compressa fria para aliviar a dor e o inchaço.
  • Se a criança já tem histórico de alergia, dê um anti-histamínico (sob orientação médica).

Quando se preocupar com picada de abelha em crianças?

Fique atento aos sinais de reações alérgicas, como:

  • inchaço rápido e intenso;
  • dificuldade para respirar ou “garganta trancada”;
  • chiado no peito;
  • queda de pressão arterial;
  • tontura ou desmaio.

“Se houver qualquer sinal de comprometimento das vias aéreas, é uma emergência. É preciso levar a criança para o hospital imediatamente, porque pode ser necessário aplicar adrenalina intramuscular”, alerta a dermatologista.

Além disso, se a picada for em áreas sensíveis, como olhos ou boca, ou em caso de múltiplas picadas, também é essencial buscar atendimento para receber o tratamento adequado.

Qual remédio é bom para picada de abelha?

Para reações leves ou moderadas, os medicamentos mais usados são anti-histamínicos (antialérgicos); corticoides tópicos ou orais, para diminuir o inchaço e a vermelhidão local; e analgésicos comuns, para alívio da dor.

Já em caso de alergia grave (anafilaxia), o tratamento padrão é a adrenalina intramuscular, que deve ser aplicada o mais rapidamente possível.

Além disso, é muito importante não utilizar pomadas caseiras, pasta de dente ou álcool diretamente na picada, afinal isso pode irritar ainda mais a pele e não corta o efeito do veneno.

Como saber se meu filho é alérgico?

Nem toda criança que reage fortemente a uma picada é necessariamente alérgica. No entanto, se seu filho já teve inchaço intenso em regiões distantes da picada, dificuldade respiratória após picada de inseto, desmaios, vômitos ou urticária generalizada é essencial consultar um alergista.

“Esse profissional pode indicar testes específicos e até prescrever o uso de adrenalina injetável em emergências. No Brasil, ainda não há disponibilidade das canetas autoaplicadoras, mas há como importar sob orientação médica”, realça a especialista.

Como prevenir?

Evitar o acidente é sempre o melhor caminho. Os repelentes não afastam abelhas, então não conte com eles para esse tipo de prevenção. Veja algumas orientações práticas:

  • Evite áreas com grande concentração de abelhas e redobre a atenção em parques, áreas com flores ou árvores frutíferas.
  • Não use roupas muito coloridas ou perfumes nesses espaços, pois as abelhas são atraídas por cores e cheiros.
  • Ensine a criança a não bater em insetos voadores, nem mexer em colmeias, pois o movimento brusco pode provocar ataques.
  • Mantenha sempre um kit de primeiros socorros em passeios ao ar livre.

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