Em coletiva de imprensa, a Polícia Civil confirmou nesta segunda-feira (6) que envenenamento por arsênio foi a causa da morte de três pessoas após comerem um bolo em Torres, no Litoral do Rio Grande do Sul. O fato aconteceu dia 23 de dezembro.
A nora da mulher que preparou o bolo foi presa temporariamente no domingo (5) por suspeita de ser a responsável pelo crime. Ela está detida no Presídio Estadual Feminino de Torres e responde por suspeita de triplo homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e com emprego de veneno e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada.
Conforme a diretora-geral do IGP (Instituto-Geral de Perícias), Marguet Inês Hoffmann Mittmann, a farinha do bolo que estava contaminada com altas doses de veneno. De acordo com o resultado da perícia, a quantidade de arsênio na farinha era de 65 gramas por quilograma.
Segundo Marguet, foram coletadas 89 amostras na casa de mulher que fez o bolo, a única que comeu duas fatias. Ela está hospitalizada em estado estável.
“Foram encontradas concentrações altíssimas de arsênio no bolo e nas amostras de sangue, urina e conteúdo estomacal das pessoas contaminadas. Ou seja, isso exclui completamente qualquer possibilidade de intoxicação alimentar”, ressaltou Marguet durante a coletiva.
A prisão da suspeita tem validade de 30 dias, prazo que deve ser usado pela polícia para concluir a investigação.
“Temos fortíssimos indicativos da autoria de parte da pessoa que foi presa. Alguns detalhes ainda não podem ser expostos, para não atrapalhar a continuidade da investigação”, ressaltou o secretário de Segurança do Estado, Sandro Caron.
A Polícia Civil investiga, ainda, quem era o alvo da mulher ao envenenar o bolo, como ela obteve arsênio e em que momento ele foi colocado na farinha. A polícia também investiga se objetivo da nora era matar somente a sogra ou os demais familiares. De acordo com a policia, havia sete pessoas no local, apenas uma não comeu o bolo.
A motivação não foi detalhada na coletiva, mas o delegado Marcos Vinicius Muniz Velosoa, responsável pelo caso, afirmou que havia algumas divergências envolvendo a nora e a mulher que fez o bolo.