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Reciclagem do plástico é um dos principais desafios ambientais

Os plásticos são classificados em sete categorias principais.

Avatar de Vitor de Arruda Pereira

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24/02/25

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23:40

plastico

Foto: Freepik

Mesmo com todas as inovações provenientes da tecnologia e do processo de digitalização, a reciclagem do plástico continua sendo um dos principais desafios ambientais da atualidade.

Dentre as problemáticas envolvidas, a falta de conhecimento sobre o tema pode prejudicar o processo de reaproveitamento do material. A questão é que, ao contrário do que muitas pessoas pensam, nem todos os tipos de plástico podem ser reciclados da mesma forma.

“Para aumentar a taxa de reciclagem e reduzir o impacto ambiental, é essencial promover a conscientização sobre a separação correta dos materiais, incentivar a pesquisa em novas tecnologias de reciclagem e apoiar iniciativas de economia circular”, ressalta a oceanógrafa Samara Oliveira.

Os plásticos são classificados em sete categorias principais, identificadas pelos códigos de reciclagem escritos nas embalagens, no meio de um triângulo.

Entre os mais comuns estão o Polietileno Tereftalato (PET), usado em garrafas de refrigerante; o Polietileno de Alta Densidade (PEAD), encontrado em embalagens de produtos de limpeza; e o Policloreto de Vinila (PVC), presente em tubos e mangueiras.

Diferente dos tipos mais tradicionais, materiais como o Poliestireno (PS), conhecido como isopor, e os plásticos de uso múltiplo (categoria 7) apresentam grandes desafios para a reciclagem.

O principal deles está na composição e nos processos de separação. Muitos produtos contêm misturas de diferentes tipos de plástico, adesivos e tintas, o que inviabiliza a reciclagem convencional. Além disso, a infraestrutura de reciclagem ainda é limitada em diversas regiões, tornando o reaproveitamento ineficaz para certos materiais.

Uma prova dessas barreiras é que, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), das quase 80 milhões de toneladas de resíduos geradas anualmente no Brasil, cerca de 4% são destinados à reciclagem.

O número representa um baixo índice comparado com a média mundial, onde contam com países de mesma faixa de renda e grau de desenvolvimento econômico, que apresentaram média de 16%.

Saídas

As saídas para reverter este cenário estão ligadas a – paradoxalmente – o desenvolvimento de novos plásticos, mas de outra categoria: os bioplásticos. Esses materiais são derivados de fontes renováveis e podem ser biodegradados.

“A produção de bioplásticos é uma alternativa. Além disso, empresas e pesquisadores estão investindo em processos como a reciclagem química, que permite a transformação de plásticos mistos em novos materiais”, reforça Samara.

A especialista ressalta a importância da legislação e do sistema empresarial no processo de reaproveitamento.

“Políticas públicas que incentivam a logística reversa, a proibição de plásticos descartáveis e a educação ambiental são essenciais para uma mudança estrutural. Empresas também podem fazer sua parte ao adotar embalagens sustentáveis e incentivar consumidores a retornarem materiais para reciclagem”, afirma.

Um estudo da ONG norte-americana Center for Climate Integrity mostrou que apenas 9% do plástico produzido globalmente pelas empresas é reciclado.

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