O retorno da chuva, após o período seco durante a maior parte de março, beneficiou as lavouras de soja no Rio Grande do Sul.
“Em florescimento (3%), em enchimento de grãos (19%) e em maturação (39%), promovendo a recuperação da umidade nos grãos e da turgidez foliar”, ressaltou a Seapi (Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação).
De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado na quinta-feira (3) pela Emater/RS-Ascar, apesar das interrupções na colheita, a operação avançou rapidamente de 24% para 39% da área cultivada.
“Contudo, essa antecipação reduziu o potencial produtivo e aumentou a incidência de grãos esverdeados, o que indica que muitas plantas não completaram a maturação antes da senescência. As temperaturas elevadas contribuíram para esse fenômeno, pois interferiram na degradação da clorofila e na atividade enzimática”, explicou a Seapi.
A dessecação tornou-se necessária em diversas áreas devido à desuniformidade no desenvolvimento das lavouras de soja, causada por replantios, e ao surgimento de brotações após as chuvas de fevereiro, que não secaram naturalmente, conforme o ciclo de cada cultivar.
Em termos geográficos, as lavouras mais afetadas pela estiagem concentram-se na Região Central e Região Noroeste do Rio Grande do Sul.
“Já no Quadrante Nordeste, estão mais próximas do potencial produtivo inicial. Entretanto, há grande variabilidade nos resultados, mesmo dentro de uma mesma região, em função das chuvas localizadas e das diferenças no ciclo das cultivares”, completou a Seapi.
O aumento da umidade, associado a temperaturas amenas e à formação de orvalho, favoreceu o surgimento de ferrugem em algumas lavouras, cenário que pode se agravar conforme as previsões climáticas.
Diante disso, os produtores estão aplicando fungicidas de alta eficácia, isolados ou em mistura com multissítios, especialmente em áreas com bom potencial produtivo.