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Secretaria da Saúde orienta sobre controle do escorpião-amarelo no RS

O escorpião tem potencial para envenenamento grave através de sua picada.

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01/02/25

às

13:56

Atualizado em: 15/02/2025 às 19:51

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Foto: Cristine Rochol/PMPA

A presença do escorpião-amarelo é motivo de preocupação em saúde pública no Rio Grande do Sul.

O animal tem potencial para envenenamento grave através de sua picada e tem fácil disseminação no meio urbano devido à sua adaptabilidade e reprodução em locais como encanamentos de esgoto, ralos, entulhos e frestas de paredes.

De acordo com a SES (Secretaria Estadual da Saúde), atualmente, as cidades de Porto Alegre, Sapucaia do Sul, Horizontina, Três de Maio, Marcelino Ramos, Nova Bassano, São Sebastião do Caí, Esteio e Alvorada são consideradas as principais áreas de infestação no Estado.

“De 2013 a 2024, esses animais foram localizados em até 37 municípios, sendo que em 17 foram registrados acidentes em humanos”, afirmou.

A SES afirma que o escorpião não ataca, apenas se defende. Ferroa apenas quando é molestado, para se defender, ou seja, quando alguém coloca a mão ou se encosta nele intencionalmente ou sem perceber.

Controle

De acordo com as orientações da SES, para controle do escorpião-amarelo, são importantes as atividades de limpeza de terrenos baldios, quintais e jardins, retirando o acúmulo de entulhos, folhas secas e acondicionando o lixo em sacos plásticos.

“Os escorpiões alimentam-se, principalmente, de baratas, procurando abrigos infestados por esses insetos. Assim, o controle de baratas deve compor as medidas de manejo ambiental”, ressaltou.

A restrição do acesso à água mostra-se como o elemento decisivo para a sua sobrevivência. Mesmo em situações de falta de alimento, se houver acesso à água da chuva ou gotejamento de canos, eles podem permanecer escondidos, à espreita de presas, por períodos que podem passar de 12 meses.

“Ainda, a restrição de alimento não interfere no tamanho ou peso de ninhada do escorpião-amarelo, que mantém boa capacidade reprodutiva por mais de meio ano mesmo sem alimentação”, disse a SES.

A SES ressalta que outra medida essencial é manter fossas sépticas bem vedadas e paredes externas e muros rebocados, sem vãos ou frestas.

“Nas áreas internas de domicílios, utilizar telas em ralos, pias e tanques; vedar vãos e frestas em paredes, soleiras de portas e rodapés soltos. As portas devem permanecer fechadas e estarem bem ajustadas ao batente, nas laterais e nas partes superiores. Manter todos os pontos de energia e telefone vedados”, orientou.

Predadores naturais

Preservar os predadores naturais dos escorpiões também é uma forma de controlar a população do aracnídeo, especialmente aves de hábitos noturnos (como corujas e joão-bobo), pequenos macacos, quati, lagartos, sapos, gansos e gambás.

Não é recomendado o uso de inseticidas para controle de escorpiões. Segundo a SES, o produto químico exerce uma ação irritante podendo causar acidentes pelo desalojamento dos peçonhentos.

“O que também torna os escorpiões resistentes aos venenos é o fato de possuírem o hábito de permanecer em longos períodos em abrigos naturais ou artificiais que impedem que o inseticida entre em contato com o escorpião. O animal também possui capacidade de permanecer com seus estigmas pulmonares (aberturas que permitem a respiração) fechados por um longo período”, afirmou.

A Divisão de Vigilância Ambiental do Cevs (Centro Estadual de Vigilância) orienta que a captura mecânica de escorpião-amarelo deve ser realizada por profissional habilitado.

A busca-ativa é uma medida de controle populacional e deve ser realizada sempre em duplas com o uso de equipamento de proteção individual (EPI): bota ou sapatos fechados, calça comprida, camisa de manga curta ou longa com pulso justo e luvas de raspa de couro.

Cuidados

  • Examinar roupas (inclusive as de cama), calçados, toalhas de banho e de rosto, panos de chão e tapetes, antes do usar;
  • Usar luvas de raspa de couro ou similar e calçados fechados durante o manuseio de materiais de construção, transporte de lenha, madeira e pedras em geral;
  • Manter berços e camas afastados, no mínimo 10 cm, das paredes e evitar que mosquiteiros e roupas de cama esbarrem no chão;
  • Tomar cuidado especial ao encostar-se a locais escuros e úmidos e com presença de baratas.
  • Em caso de acidente, entre em contato com o Centro de Informações Toxicológicas (CIT) do Rio Grande do Sul. Telefone: 0800-721-3000.

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