E tu conhece o poder da lavagem nasal? Incorporar a lavagem nasal à rotina, com as devidas orientações médicas, pode evitar complicações como otites e sinusites, além de melhorar significativamente a qualidade de vida da criança.
Com a chegada das estações mais frias, como outono e inverno, aumenta significativamente o número de casos de gripes, resfriados e outras infecções respiratórias.
Um dos sintomas mais comuns nessa época é a congestão nasal, que afeta principalmente as crianças e compromete sono, alimentação e bem-estar.
Diante disso, a SPRS (Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul) reforça a importância da lavagem nasal com soro fisiológico como uma medida simples, segura e altamente eficaz na prevenção de complicações e no alívio dos sintomas.
No entanto, o procedimento ainda gera dúvidas entre os pais sobre como realizá-lo corretamente e em que situações é indicado. O tema foi abordado no XVII Congresso Gaúcho de Atualização em Pediatria.
Segundo o otorrinopediatra José Faibes Lubianca Neto, o uso de alto volume de soro deve ser feito com cautela e só é recomendado a partir dos cinco ou seis anos, sempre com baixíssima pressão.
“Entre os dispositivos disponíveis, um dos mais adequados é o ‘Lota’, aquele que lembra a lâmpada do gênio. Ele permite que o líquido percorra suavemente a cavidade nasal, promovendo uma limpeza eficaz sem causar desconforto”, explica o especialista.
A otorrinopediatra Denise Manica alerta para sinais de uso inadequado da lavagem nasal.
“Se a criança relata incômodo no ouvido após a lavagem, é um sinal de alerta. Em menores de cinco anos, evito recomendar garrafinhas, pois mesmo com pouca pressão, o líquido pode chegar ao ouvido e causar dor. O jato contínuo, por outro lado, oferece mais segurança por manter a pressão estável”, afirma.
O uso de aspiradores nasais deve ser limitado, conforme a otorrinopediatra Rita Carolina Krumenauer.
“É comum vermos pais tentando aspirar secreções de forma excessiva, o que pode irritar o nariz da criança. Em bebês, esses dispositivos podem ser úteis, mas em crianças maiores, o ideal é o uso de soro fisiológico e o estímulo para que a criança assoe o nariz sozinha”, ressalta.