Turismo de Massa: Os Impactos do ‘Overtourism’

Cidades lotadas, natureza desgastada e moradores insatisfeitos: o turismo de massa está transformando destinos icônicos em cenários de caos.

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26/11/24

às

20:00

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Fontana Di Trevi, em Roma Itália, um dos pontos turísticos que sofre com o turismo de massa e cogita limitar o acesso (Foto: Banco de Imagens/Redação RS)

Nos últimos anos, o turismo de massa tem transformado destinos icônicos em verdadeiros centros de tensão. Lugares que antes eram sinônimo de tranquilidade e beleza natural agora enfrentam superlotação, desgaste ambiental e conflitos entre moradores e visitantes. Mas o que está por trás desse fenômeno e como podemos viajar de forma mais consciente?

O que é turismo de massa e por que ele preocupa tanto?

O turismo de massa, também chamado de “overtourism”, ocorre quando o número de visitantes excede a capacidade de um local, causando impactos negativos no meio ambiente, na infraestrutura e na qualidade de vida dos moradores. Cidades como Veneza, Barcelona e Praga são exemplos claros: ruas lotadas, preços inflacionados e perda da identidade local estão entre as principais queixas.

Para os moradores, a rotina vira um desafio. Muitos se veem obrigados a deixar suas casas devido ao aumento no custo de vida e ao barulho constante. Em Praga, por exemplo, grupos de cidadãos organizam protestos contra o turismo descontrolado, exigindo regulamentações mais rígidas.

Outro problema enfrentado em cidades onde o turismo excede os limites são os alugueis para moradores. Os preços costumam subir por conta dos alugueis de temporada tornando a vida dos habitantes locais mais cara.

De Veneza a Tailândia: exemplos dos impactos do turismo descontrolado

Os danos não são apenas sociais, mas também ambientais. A superlotação de pontos turísticos leva ao desgaste de monumentos históricos, aumento da poluição e destruição de ecossistemas sensíveis. Praias paradisíacas, como as da Tailândia, precisaram ser fechadas para recuperação ambiental após anos de visitas desordenadas.

A Fontana di Trevi é um ponto turístico que sofre com o overtourism, neste ano a fonte foi fechada para manutenção. A prefeitura de Roma está cogitando a possibilidade de limitar o acesso de turistas através de ingresso e tempo de permanência no local, devido a dificuldade técnica de administrar o local.

Já em Fujikawaguchiko, que fica aos pés do Monte Fuji, uma loja de conveniência teve problemas devido à quantidade de turistas que bloqueava a entrada do estabelecimento para fazer uma foto com a vista do famoso ponto turístico. Chegou a ser colocado uma barreira para impedir que as pessoas pudessem tirar as fotos, mas ela ja foi removida.

Além desses exemplos específicos, a infraestrutura de muitos locais várias vezes não consegue acompanhar o fluxo intenso de visitantes, resultando em serviços básicos sobrecarregados e transporte ineficiente.

Como ser um turista consciente?

Felizmente, pequenas mudanças no comportamento de viagem podem fazer uma grande diferença. Aqui estão algumas dicas práticas:

  1. Escolha destinos alternativos: Opte por cidades ou atrações menos conhecidas, mas igualmente interessantes. Isso ajuda a distribuir o fluxo de visitantes.
  2. Planeje fora da alta temporada: Viajar em períodos menos movimentados reduz a pressão sobre os locais e proporciona uma experiência mais tranquila.
  3. Respeite a cultura local: Evite comportamentos invasivos e valorize os pequenos negócios, como artesanatos e restaurantes familiares.
  4. Sustentabilidade é chave: Prefira meios de transporte menos poluentes, como bicicletas ou transporte público, e reduza o uso de plásticos descartáveis.

O futuro do turismo depende de todos nós

O turismo consciente não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para preservar as riquezas culturais e naturais que tanto amamos visitar. Governos e organizações já estão adotando medidas, como limitar o número de visitantes em determinadas atrações e cobrar taxas ambientais. Porém, é fundamental que os viajantes também façam sua parte.

Ao planejar sua próxima viagem, lembre-se: explorar o mundo é um privilégio, e protegê-lo deve ser uma prioridade.

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