A UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) inaugurou na tarde desta segunda-feira (14) o Laboratório de Biossegurança NB3 do Instituto de Ciências Básicas da Saúde, primeiro laboratório deste nível na Universidade.
Ele terá característica de atendimento multiusuário, o que permitirá o seu uso por diversas instituições do Estado gaúcho. Localizado no 4º andar da Ala Sul do novo prédio do Instituto de Ciências Básicas da Saúde, no Campus Saúde (Rua Ramiro Barcelos nº 2600 – Prédio UFRGS nº 21116), o laboratório possui 80 metros quadrados e está pronto desde maio passado, entretanto a inauguração precisou ser adiada em decorrência das cheias deste ano.
A previsão é de que pesquisadores da UFRGS e de outras instituições, até mesmo empresas, poderão utilizar o espaço a partir de novembro para desenvolver projetos de pesquisa.
Com o novo NB3 da UFRGS, o Rio Grande do Sul passa a contar com três laboratórios com ambiente altamente controlado e fechado. Os outros dois estão na PUCRS e na UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), este último destinado principalmente para estudos de Neuroimunologia, ambos com apenas uma sala de trabalho.
O investimento total de R$ 4,5 milhões contou com recursos do edital 08/2021 da Fundação de Amparo à Fapergs (Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul) e do governo Federal.
“O Rio Grande do Sul respeita e valoriza a ciência. Somos privilegiados com uma comunidade acadêmica de altíssimo nível e reconhecemos a importância de apoiar a ciência também com recursos, como no caso deste laboratório”, disse o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
Estrutura do Laboratório
O Laboratório NB3 dispõe de quatro salas de trabalho: uma para manipulação de vírus, uma para bactérias e duas para manipulação e alojamento de animais. O mais importante deste espaço é a estrutura adaptada para o desenvolvimento de pesquisas com microrganismos classificados como Nível de Biossegurança 3: em uma câmara com pressão, temperatura e umidade controlados existem equipamentos, cabines de fluxo, freezer -80° C, centrífugas, raque para alojamento de animais, entre outros, que permitirão estudar vírus como HIV, febre amarela, influenza A (H5N1), dengue, Zika, Chikungunya, encefalite equina e bactérias como o bacilo de Koch (causador da tuberculose).
Essa infraestrutura permitirá o desenvolvimento de projetos inovadores como teste de novas moléculas, medicamentos, insumos e vacinas, além de estudos de como esses microrganismos atuam no organismo humano e animal causando doenças.
Ainda, o Laboratório permitirá aos pesquisadores do Estado produzir conhecimento que incentive o desenvolvimento da indústria farmacêutica, por exemplo, área em que o Rio Grande do Sul ainda é incipiente.
Poderão ser desenvolvidas neste laboratório experimentos in vitro e in vivo que não era possível realizar com microrganismos de classe de risco 3, tais como SARSCoV-2 ou microbactérias.
Por exemplo: pesquisas que avaliam o efeito da infecção por coronavírus ou pelo vírus influenza em aspectos da memória, ou na ativação da resposta imunológica, ou mesmo em processos bioquímicos da célula infectada; experimentos que avaliam atividade antiviral ou antimicrobiana, como testagem de novas moléculas desenvolvidas, reposicionamento de fármacos, desenvolvimento de vacinas
Assim, as áreas de microbiologia, imunologia, bioquímica, farmacologia, neurologia, biotecnologia, entre outras, serão beneficiadas com o início das atividades do Laboratório NB3.