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Urgência em atrair jovens para a profissão de caminhoneiro é crescente

Coordenador aponta o desinteresse da juventude pela atividade de caminhoneiro.

Avatar de Vitor de Arruda Pereira

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18/03/25

às

15:00

caminhao

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Brasil enfrenta uma crescente urgência em atrair jovens para a profissão de caminhoneiro, essencial para o transporte de cargas no país.

De acordo com pesquisa realizada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) em 2019, a faixa etária predominante é de 40 a 49 anos (29,6%). O perfil de motoristas com até 29 anos representa apenas 8,9% do total.

Porém o que também preocupa é um grande volume de profissionais nas faixas etárias mais avançadas e que se encaminharão para o processo de aposentadoria dificultando a renovação da força de trabalho no setor.

Gustavo Krás, coordenador do núcleo COMJOVEM Porto Alegre, atribui essa escassez de novos motoristas a vários fatores, como as mudanças nas profissões ao longo do tempo e o desinteresse da juventude pela atividade.

“A juventude atual tem um pensamento diferente. Para ser motorista, é necessário ser desprendido, pois a profissão exige viagens longas, distantes da família e dos amigos. A fase jovem está muito voltada para os entretenimentos, e isso faz com que a profissão perca apelo”, analisa Krás.

Lei

O presidente do SETCERGS (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística no Estado do Rio Grande do Sul), Delmar Albarello, salienta outro aspecto crítico: as mudanças na legislação que afetam diretamente a profissão, como a lei que estabelece o descanso obrigatório no sétimo dia de trabalho.

“Essa mudança imposta pela Lei do Motorista dificulta a possibilidade de descanso do profissional, que, muitas vezes, não pode mais aproveitar o tempo com a família. Isso pode resultar em desmotivação e dificuldades para atrair novos motoristas no futuro”, destaca.

Krás defende que a profissão de caminhoneiro continua sendo uma boa oportunidade. Apesar das dificuldades impostas pela legislação, a profissão ainda oferece bons salários, principalmente para quem não tem curso superior ou uma formação básica.

“Precisamos implementar projetos nas escolas para mostrar aos jovens as vantagens da profissão, os benefícios financeiros e a qualidade de vida que ela proporciona. A sociedade precisa entender que ser caminhoneiro pode ser uma escolha de carreira muito interessante”, afirma.

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