O vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza recebeu, nesta segunda-feira (4), empresários e entidades do setor calçadista a fim de avaliar alternativas para diminuir os efeitos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
O ramo coureiro-calçadista não está na lista de exceções, e o Rio Grande do Sul exporta boa parte da produção de calçados ao país. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, e a secretária da Fazenda, Pricilla Santana, também participaram da reunião.
O setor calçadista é um dos pilares da economia e da geração de empregos no Rio Grande do Sul. “Somos o segundo maior produtor de calçados do país e o maior no segmento de couros. Tendo em vista que cerca de 30% da nossa produção vai para os Estados Unidos, estamos trabalhando intensamente para proteger nossa indústria e buscar alternativas que minimizem os impactos do cenário atual”, ressaltou Gabriel.
“Não vamos medir esforços para manter esse setor ativo, forte e com acesso a novos mercados”, completou o vice-governador do Rio Grande do Sul.
Gabriel também destacou que o Estado se reunirá com cada um dos setores afetados visando entender as demandas e encaminhar possíveis soluções para tratar das tarifas dos Estados Unidos. “Começamos com o setor coureiro-calçadista e vamos prosseguir durante os próximos dias conversando com as demais áreas da indústria, acompanhados das secretarias de Desenvolvimento Econômico e da Fazenda, além da InvestRS”, reforçou.
“Cada polo tem suas angústias, seus dilemas e suas demandas. E nosso foco é a manutenção dos empregos”, finalizou Gabriel.
Histórico de impactos no setor calçadista
Em abril de 2025, entrou em vigor uma tarifa básica de 10% sobre as importações brasileiras, incluindo calçados, o que elevou a alíquota média para cerca de 27,3%, segundo a Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados).
Com a sobretaxa de 50% imposta pelo presidente do Estados Unidos, Donald Trump, o Rio Grande do Sul passou a ser um dos estados brasileiros mais afetados, já que grande parte dos produtos gaúchos exportados ao país americano não está na lista de exceções.
Em 2024, o calçado ocupou a décima posição entre os mais exportados pelo Estado, com US$ 568,2 milhões em vendas externas. O produto é o sexto item mais exportado pelo RS aos Estados Unidos – destino de 47,5% das vendas internacionais de calçados de couro.
Segundo a Abicalçados, o Estado é o maior exportador do produto em valor agregado do Brasil e responsável por mais de 80 mil postos de trabalho diretos e cerca de 100 mil indiretos.
Apesar da alta nas tarifas, os números do primeiro semestre de 2025 mostram que as exportações brasileiras para os Estados Unidos no setor cresceram: foram embarcados 5,8 milhões de pares de calçados, totalizando US$ 111,8 milhões.
Esse valor representa aumentos de 13,5% em volume e 7,2% em valor na comparação com o mesmo período de 2024.