Um estudo realizada pela Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos) revelou dados preocupantes sobre a qualidade ambiental na Bacia do Rio dos Sinos após a enchente de maio no Rio Grande do Sul.
“As análises físico-químicas e microbiológicas identificaram traços de metais acima do permitido e presença significativa de bactérias em sedimentos, levantando alertas sobre a contaminação em áreas urbanas e periurbanas”, ressaltou a Unisinos.
De acordo com a universidade, nos dias 1 e 2 de julho, equipes de estudantes e professores da Escola Politécnica saíram a campo para realizar coletas em diversos pontos da bacia, desde Taquara até Canoas.
“No total, foram coletadas 11 amostras de água superficial e 13 de sedimentos. As coletas focaram em áreas periurbanas e urbanas afetadas pela enchente, com o objetivo de identificar possíveis contaminantes bioquímicos, como metais pesados e microrganismos, prejudiciais à saúde pública”, disse.
A Unisinos relatou que o materiais coletados foram analisados pelo Instituto Tecnológico de Paleoceanografia e Mudanças Climáticas (itt Oceaneon).
“E mostraram que os metais cádmio, cromo, cobre e níquel foram detectados acima dos valores de prevenção da Resolução Conama nº 420/2009 em sedimentos em diversos pontos da bacia. O níquel foi encontrado em concentrações superiores aos limites de prevenção em 6 dos 13 pontos amostrados, e o cromo em 4 pontos. Já o cobre e cádmio ultrapassaram os valores em 2 e 1 ponto, respectivamente, de áreas urbanas em São Leopoldo, nos bairros Campina e Santos Dumont, registrando mais de um elemento acima do recomendado”, afirmou a universidade.
Mercúrio
O estudo também apontou presença elevada de mercúrio em áreas da cidade de São Leopoldo. “100% das amostras de sedimentos apresentaram a presença de mercúrio, com concentrações variando entre 0,0015 e 0,0533 ppm. Os teores mais elevados do elemento químico foram registrados nos bairros Vicentina e Scharlau, com concentrações de 0,0533 e 0,047 ppm, respectivamente”, disse.
Com o excesso de metais pesados em áreas urbanas, a contaminação pode ocorrer em locais abertos onde existe o contato com a terra e a vegetação, alertou o estudo.