O Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos) adotou nesta segunda-feira (10) o carvão ativado como uma das etapas do tratamento nos sistemas São João e Moinhos de Vento.
“O objetivo da técnica é minimizar alterações de gosto e odor na água – causadas por compostos produzidos pelas algas, não prejudiciais à saúde, que são encontrados nos pontos de captação no Guaíba”, ressaltou a Prefeitura de Porto Alegre.
Segundo o diretor-presidente do Dmae, Bruno Vanuzzi, os sistemas São João e Moinhos de Vento têm pontos de captação muito próximos ao Rio Gravataí.
“É o manancial mais afetado pela estiagem na nossa região. Nos últimos meses, trabalhamos intensamente para definir a alternativa mais adequada para esta região, considerando estudos científicos produzidos dentro e fora do país”, afirmou Vanuzzi.
De acordo com a prefeitura, o carvão ativado era utilizado em todas as Estações de Tratamento de Água de Porto Alegre até 2012, quando a técnica foi substituída pela aplicação de dióxido de cloro.
“Os insumos agem de forma diferente: enquanto o carvão ativado atua por um fenômeno físico de adsorção dos compostos odoríferos, o dióxido de cloro age de forma química para reduzir as alterações sensoriais na água”, explicou a prefeitura.
Cerca de 7,2 toneladas de carvão ativado serão utilizadas por dia nas Estações de Bombeamento de Água Bruta São João e Moinhos de Vento.
“Como o número de queixas é baixo nos demais sistemas (Menino Deus, Tristeza, Belém Novo e Ilhas), o Dmae manterá neles a aplicação da dose de 1,2 partes por milhão (ppm) de dióxido de cloro”, ressaltou a prefeitura.
Como funciona
Para ser usado no tratamento da água, o carvão ativado é despejado em um tanque de água, onde acontece um processo de agitação para manter o carvão ativado em suspensão.
Essa mistura é colocada gradualmente junto à água bruta. Posteriormente, o volume segue em direção às estações para a sequência do tratamento, dentro dos padrões habituais.