,

Dor na coluna não é normal: quando é hora de procurar ajuda médica

Além dos impactos na saúde, a dor na coluna também pesa no bolso do país.

Avatar de Vitor de Arruda Pereira

|

12/05/25

às

15:22

Atualizado em: 12/05/2025 às 15:24

Imagem destacada Redacao RS 2025 04 10T131602.832

Foto: Banco de imagens

Dor nas costas ao final do dia, incômodo ao acordar, fisgadas após passar muito tempo sentado. Se você já sentiu algo assim, saiba que não está sozinho: segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 80% da população mundial sofrerá com dor na coluna ao longo da vida.

No Brasil, dados do IBGE indicam que mais de 27 milhões de pessoas convivem com dores crônicas nas costas. Apesar de frequente, essa dor não é normal e precisa ser investigada.

Para o neurocirurgião Ricardo Graciano, especialista em tratamentos minimamente invasivos da coluna, a banalização desse sintoma pode atrasar diagnósticos importantes e agravar quadros que, muitas vezes, seriam resolvidos com intervenções simples.

“É comum ouvirmos o paciente dizer que ‘acha normal’ sentir dor nas costas, principalmente quem trabalha muito tempo sentado ou com esforço físico. Mas dor é sempre um sinal de que algo está errado, e nunca deve ser ignorada”, explica o médico.

Quando é hora de procurar ajuda?

A recomendação, segundo Graciano, é procurar um especialista quando a dor persiste por mais de uma semana, irradia para outras partes do corpo (como pernas ou braços), ou compromete atividades cotidianas, como dormir, caminhar ou dirigir.

Outros sinais de alerta incluem:

  • Dormência ou formigamento em membros;
  • Perda de força muscular;
  • Dificuldade para urinar ou evacuar;
  • Febre associada à dor.

“Esses sintomas podem indicar problemas como hérnia de disco, compressão nervosa ou até quadros mais graves, como infecções ou tumores”, alerta o médico.

Tratamentos evoluíram

A boa notícia é que os tratamentos evoluíram. Hoje, procedimentos minimamente invasivos permitem que o paciente trate a dor com menos tempo de recuperação e riscos reduzidos.

Entre as opções estão:

  • Bloqueios e infiltrações guiadas por ultrassom, com corticóides, ácido hialurônico ou PRP (plasma rico em plaquetas);
  • Fisioterapia e reabilitação direcionada;
  • Cirurgia endoscópica da coluna, indicada em casos de hérnia de disco e outras lesões estruturais.

“Nosso objetivo é devolver qualidade de vida com o menor impacto possível. Muitas vezes, conseguimos resolver a dor com bloqueios ou infiltrações sem precisar operar”, destaca Graciano. “E quando a cirurgia é necessária, usamos técnicas que minimizam a cicatriz e aceleram a recuperação”, completa.

Dor crônica impacta até a economia

Além dos impactos na saúde, a dor na coluna também pesa no bolso do país. Segundo o Ministério da Saúde, ela é uma das principais causas de afastamento do trabalho no Brasil. Só em 2023, foram mais de 200 mil auxílios-doença concedidos por problemas na coluna.

Por isso, Graciano faz um alerta final: “Buscar ajuda cedo é sempre melhor. Quanto antes identificamos a causa da dor, maior a chance de tratar de forma rápida, segura e sem necessidade de cirurgia.”

Tópicos