A pesquisa “Subsídios para Indicação Geográfica em Cambará do Sul e sua produção de Mel Branco”, desenvolvida pelo DDPA (Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária), foi apresentada durante a 28ª Festa do Mel em Cambará do Sul.
O estudo, apresentado pelas pesquisadoras Sídia Witter e Larissa Bueno Ambrosini, tem por objetivo disponibilizar informações científicas que permitam subsidiar um pedido de Indicação Geográfica por parte dos apicultores e meliponicultores.
A pesquisa está em execução desde o segundo semestre de 2024 e tem previsão de conclusão para o final de 2026. O projeto conta com uma equipe multidisciplinar composta majoritariamente por pesquisadores do DDPA/Seapi (Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação), das áreas de Solos, Agrometeorologia, Meteorologia, Biologia, Botânica e Desenvolvimento Rural, mas também conta com uma parceria com a Ulbra (Universidade Luterana do Brasil).
Cada pesquisador contribuirá com sua área de conhecimento para cumprir os seguintes objetivos específicos do projeto: Caracterização das condições edáficas do território ; caracterização das condições climáticas da região produtora; levantamento florístico e fitossociológico das áreas de produção; identificação de abelhas visitantes florais de carne-de-vaca; análise polínica do mel branco produzido no território; reconstituição da história de produção do mel branco no território de Cambará do Sul e descrição do saber-fazer.
Projeto
O projeto nasceu de uma demanda dos apicultores de Cambará do Sul, onde a produção do mel tem particularidades. Graças à presença de um bioma preservado no território é possível a produção de mel floral, mel de melato e mel branco.
O mel de melato já conta com uma IG de Denominação de Origem concedida pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) em 2021, que reúne 134 municípios do Planalto Sul Brasileiro para o Mel de Melato da Bracatinga.
Agora, os produtores buscam o reconhecimento e a descrição científica das características do mel branco para comprovar sua relação com o território para valorizar esse produto.
Segundo os apicultores, a principal fonte de pólen para o mel branco, é uma árvore chamada popularmente de Carne-de-vaca, uma espécie nativa das florestas de altitude, típica desse território e ainda pouco estudada.
O projeto em execução pretende ampliar as pesquisas sobre essa árvore, que está na lista das espécies da flora ameaçadas de extinção no estado, sua interação com polinizadores, e seu papel na produção do mel branco.
Para a IG, além de Cambará devem fazer parte os municípios de Jaquirana, Bom Jesus e São José dos Ausentes.