A programação do Universo Pecuária – Futuro, Negócios e Sustentabilidade abriu oficialmente nesta quarta-feira (5) em Lavras do Sul, com o Fórum de Pecuária Sustentável e Mudança Climática.
Em sua terceira edição, o evento mostra que é possível, e necessário, conciliar a produção econômica e a responsabilidade ambiental. Lideranças e especialistas apontaram soluções e oportunidades de produção alinhadas às metas ambientais globais.
Produtor rural e presidente eleito da Farsul, Domingos Velho Lopes, ex-secretário estadual da Agricultura, abordou o tema “Oportunidades e desafios da agropecuária gaúcha no cenário global”. Segundo ele, estamos vivendo um momento oportuno e uma consolidação do que o Brasil e o estado do Rio Grande do Sul significam para o mundo em termos de técnicas avançadas de conservação ambiental no setor.
O dirigente reforçou a importância de uma boa comunicação ao divulgar a pecuária como solução e as práticas adotadas. “No Universo Pecuária precisamos consolidar a forma como o mundo nos enxerga. Nos últimos 15 anos, os países abordam a importância da segurança alimentar. Logo, esta é uma grande oportunidade de mostrar nossa realidade”, ressaltou.
Lopes salientou que o nosso país adota modelos internacionais preconizados pela FAO e a ONU. “Precisamos divulgar aquilo que não é falado, mas que são ações eficientes dentro das porteiras. Isto de forma assertiva”, completou.
Lopes ressaltou que o Brasil possui exemplos de tecnologia sustentável e costuma cumprir com a pauta de manutenção energética. O Rio Grande do Sul, por exemplo, cortou em quase 27% suas emissões de gases de efeito estufa e o agronegócio lidera este percentual.
O plano de agricultura de baixo carbono inclui a recuperação de pastagens degradadas, o plantio direto, sistemas integrados, florestas plantadas, sistemas irrigados, bioinsumos, tratamento de dejetos de animais e abates em terminação intensiva.
“Precisamos ressaltar ainda que no Rio Grande do Sul, o poder público realiza pagamentos por serviços ambientais corretos”, disse Lopes.
Conservação
Em seguida, Davi Teixeira, consultor em agronegócios e diretor-geral do Universo Pecuária, apresentou a palestra “A pecuária como solução para as crises agrícola e climática do Rio Grande do Sul”, reforçando a importância da atividade no enfrentamento das mudanças climáticas.
O especialista apresentou dados significativos, entre eles, o fato de que apenas 30% do território brasileiro ser usado para a agropecuária, sendo que o restante permanece como vegetação nativa ou área protegida. A pecuária, por sua vez, é uma das atividades econômicas que mais contribui para a conservação de ambientes naturais e da biodiversidade.
Nas palavras do especialista, os desafios externos (gestores) são o entendimento da pecuária como solução efetiva para a crise agrícola, climática e econômica; a estruturação e implementação de um programa estadual de desenvolvimento e a definição de políticas de Estado, incluindo crédito específico, segurança jurídica e apelo de órgãos ambientais.
“O objetivo geral é promover o desenvolvimento sustentável da pecuária de corte do Rio Grande do Sul por meio de projetos e ações integradas para fomento, capacitação, incentivo e qualificação de todos os elos da cadeia”, disse Davi.
O fórum em Lavras do Sul contou também com debate envolvendo Ana Doralina Menezes, presidente da Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável, Márcio Amaral, diretor geral da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, e Daniele Furian Araldi, coordenadora técnica da Fenatrigo e professora da Universidade de Cruz Alta.
Em Lavras do Sul, os especialistas discutiram experiências e perspectivas sobre práticas sustentáveis no setor e reforçaram a importância de pesquisas e dados atualizados e a melhor forma de ajudar na conservação de diferentes biomas.
“Precisamos pensar também em investimentos de políticas públicas e na inclusão de demandas de todos os produtores, em especial os pequenos”, aconselhou Ana Doralina.




