Apesar de afetar cerca de 1 milhão de brasileiros, o vitiligo ainda é ignorado pelas políticas públicas de saúde no país.
A doença, crônica e autoimune, não conta com nenhum medicamento registrado especificamente na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nem com um PCDT (Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas) no SUS (Sistema Único de Saúde).
Esse vácuo regulatório deixa milhares de pessoas sem acesso a terapias modernas e seguras. Para transformar esse cenário, a associação de pacientes Psoríase Brasil lança a campanha Cor da Vida – Políticas públicas JÁ para o vitiligo, uma mobilização nacional para pressionar o poder público a agir. A iniciativa busca reunir assinaturas em uma petição on-line que exige:
- A criação de um PCDT específico para o vitiligo no SUS;
- O registro e a incorporação de medicamentos eficazes na rede pública;
- A inclusão da doença em políticas de combate ao estigma social.
“Apesar do impacto significativo na saúde mental e na qualidade de vida dos pacientes, o vitiligo continua invisível para o sistema público de saúde. Precisamos garantir atenção integral, contínua e humanizada a esses pacientes”, afirma o dermatologista Caio Cesar Silva de Castro.
Em resposta à mobilização liderada pela Psoríase Brasil, o deputado federal Zé Haroldo Cathedral, presidente da Frente Parlamentar pelas Doenças Crônicas de Pele na Câmara dos Deputados, encaminhou um ofício ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, solicitando providências urgentes.
No documento, o parlamentar reforça os pedidos da campanha e cobra ações concretas para a inserção do vitiligo nas pautas prioritárias de políticas públicas dermatológicas.